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Estado de Minas

Renan está nas mãos do PT para eleição no Senado

Para garantir novamente a cadeira de presidente do Senado, o peemedebista precisa dos votos petistas. Preocupação o fez procurar até o rival Aécio Neves na véspera da eleição


postado em 01/02/2015 06:00 / atualizado em 01/02/2015 08:03

(foto: George Gianni/PSDB )
(foto: George Gianni/PSDB )

Brasília – Pela primeira vez, o presidente do Senado, Renan Calheiros, chega a uma eleição dependente dos votos do PT para vencer o adversário, o senador Luiz Henrique da Silveira, do PMDB de Santa Catarina. Ontem, no meio da tarde, ele chegou a procurar até o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, que declarou voto em favor de Luiz Henrique. Senadores petistas foram até a casa de Renan comunicar que numa votação secreta seria difícil manter todos os 14 votos do partido fechados com ele. A dissidência em favor de Luiz Henrique levaria pelo menos três petistas, entre eles, o gaúcho Paulo Paim. Até o início da noite de ontem, eles não queriam que o partido editasse uma nota em favor da reeleição do peemedebista.

Na tentativa de reduzir a dissidência do PT, Renan e o líder do partido, senador Humberto Costa (PT-PE), trabalharam todo o sábado. À exceção do senador Delcídio Amaral, que não conseguiu trocar o voo para ontem, os petistas permaneceram em reunião por mais de três horas sem anunciar um resultado final. Embora Renan garanta que não tem nada a ver com o petrolão, integrantes da bancada petista que têm voto de opinião temem que o peemedebista acabe citado em alguma investigação em curso dentro da Petrobras e isso acabe por prejudicá-los nos estados.

Alguns ficaram muito assustados com o constrangimento a que o senador Romário, do PSB, foi submetido nas redes sociais depois de anunciar o voto em favor de Renan. O parlamentar fluminense tem entre as bandeiras a inclusão de crianças portadoras de síndrome de Down, causa que sempre contou com total apoio de Renan e da esposa do peemedebista, Verônica, a quem Renan deve hoje o voto de Romário.

As incertezas quanto à margem de segurança fizeram ainda com que a cúpula do PMDB fosse até Aécio Neves conversar sobre a perspectiva de o PSDB ficar fora da Mesa Diretora, caso não seguisse o que foi decidido no partido. No Senado, os procedimentos são diferentes da Câmara. Primeiro, os senadores escolhem o presidente e, depois, o eleito se reúne com os líderes para fechar a composição dos demais cargos.

Para garantir uma margem segura, a cúpula do PMDB convocou inclusive Fernando Ribeiro, do Pará, para votar no lugar do senador Jader Barbalho, que se recupera de uma cirurgia. A senadora Kátia Abreu também foi convocada para deixar o Ministério da Agricultura e votar em favor de Renan. O suplente dela, Donizeti Nogueira, é do PT. Mais um sinal de que os peemedebistas estão sem segurança nos votos petistas.

Assessores de Renan, entretanto, tentavam ontem minimizar a tensão, contando com uma maioria de 50 a 55 votos em favor da reeleição do presidente do Senado. A conta se baseia no fato de os partidos fechados com Luiz Henrique – PSDB, DEM, PDT, PSB e PSol – contabilizarem 35 senadores. Luiz Henrique, porém, considera que outros 10 votos virão daqueles que trairão Renan. A madrugada prometia intensas negociações.


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