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Estado de Minas

Pimentel completa 15 dias de governo trabalhando em silêncio

O governador Fernando Pimentel é tido como um bom ouvinte, articulador e pouco afeito a embates agressivos


postado em 16/01/2015 06:00 / atualizado em 16/01/2015 07:23

O governador Fernando Pimentel (PT) completou nessa quinta-feira 15 dias no comando do estado praticamente em silêncio e conduzindo de maneira discreta o seu governo, que pôs fim a um ciclo de 12 anos de gestão tucana. Para alguns petistas mais acirrados, que esperavam logo de início uma onda de denúncias contra a administração passada, tanta discrição, principalmente em relação aos atos do governo adversário, pode ter sido decepcionante, mas, para quem conhece Pimentel, nada disso causa surpresa. O petista é tido como um bom ouvinte, articulador e pouco afeito a embates agressivos.


Desde a posse, não deu nenhuma entrevista coletiva e determinou que todos os secretários permaneçam em silêncio absoluto até o fim de março ou início de abril, quando seu governo fará um balanço geral da situação do estado, que, segundo aliados é crítica, principalmente na área financeira. A intenção é evitar crises entre governo e oposição que possam, inclusive, atrapalhar a tramitação da proposta de reforma administrativa enviada para a Assembleia. As mudanças na estrutura do estado poderia ter sido feita por delegação, sem passar pelo crivo dos parlamentares, como na gestão anterior. No entanto, como a medida sempre foi muito criticada pelo PT, o governador decidiu seguir o trâmite normal. E não terá dificuldade em aprovar, pois o bloco governista vem crescendo gradativamente com a adesão de parlamentares da base do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), e a expectativa é de que chegue a cerca de 60 dos 77 deputados.

Ter um panorama dos cofres do estado é hoje uma das principais tarefas dos secretários e do governador, que ainda está, segundo um aliado, “tomando pé da situação”, e passa a maior parte do tempo lendo relatórios e balanços com números do estado. Por isso, Pimentel estaria evitando entrevistas coletivas. Até hoje ele participou de poucos eventos externos e, em todos eles, mandou avisar à imprensa que não falaria. O petista dá expediente regular na Cidade Administrativa, apesar dos boatos de que estaria despachando do Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas, hoje transformada em museu. Mas ainda não se conforma com o fato de o antigo prédio, remanescente da construção da capital, não abrigar mais o núcleo do governo. Segundo pessoas próximas a Pimentel, passada a turbulência dos primeiros dias de governo, ele pretende usar mais o espaço para eventos do governo.

AUXILIARES FIÉIS
Para a Cidade Administrativa, Pimentel levou seus principais auxiliares, alguns de longa data, como Alcione Comonion, que trabalhou com Pimentel pela primeira vez quando ele era secretário da Fazenda do então prefeito da capital Célio de Castro (1997/2001). Hoje ela é subsecretária da governadoria, cargo que divide com outro auxiliar de primeira linha do governador, Eduardo Serrano, secretário de Governo, conhecido no meio político como He-Man, em função da semelhança com o personagem de desenho animado, sucesso nos anos 1980.

Colocou também em postos chaves da administração pessoas que trabalharam com ele durante sua gestão na prefeitura (2002/2008). Caso de Murilo Valadares, que ocupou postos chaves na PBH e hoje é o secretário de Transportes e Obras Públicas. Mas não deixou de acomodar os políticos e seus indicados. Na Companhia de Habitação (Cohab), ele nomeou para o comando Cláudio Vinicius Leite Pereira, um técnico, formado em engenharia, oriundo da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), sem ligações políticas, mas, abrigou na vice-diretoria o presidente do PSDC, Alessandro Marques. Derrotado na disputa por uma vaga na Assembleia, ele foi indicado para o cargo pelo PT de Contagem, cidade da região metropolitana, base do vice-diretor da Cohab.

Nesses primeiros dias, o governador tem chegado cedo ao Palácio Tiradentes e se reunido principalmente com o chamado núcleo duro do governo, formado pelos secretários do Planejamento, Helvécio Magalhães; Fazenda, José Afonso Bicalho; e Marco Antônio Rezende, da pasta de Casa Civil e Relações Institucionais.

O vice-governador Antônio Andrade (PMDB) também tem batido ponto em seu gabinete, localizado um andar abaixo do de Pimentel, e atendido principalmente os prefeitos, o que será uma de suas principais funções nessa gestão. Enquanto o governo segue sem o anúncio de grandes novidades, as exonerações não param e contrastam com as nomeações, até agora bastante tímidas. Vários cargos de segundo e terceiro escalão continuam vagos. A intenção do governo é preenchê-los depois do balanço e da reforma administrativa. Muitos postos serão extintos, como já determinou Pimentel, em ofício.

 


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