(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Prefeituras do interior de Minas promovem reforma administrativa


postado em 13/01/2015 06:00 / atualizado em 13/01/2015 07:52

Ano novo, prefeitura nova. Mesmo fora das eleições do ano passado, prefeitos do interior de Minas aproveitaram a chegada de 2015, início da segunda metade de seus mandatos, para promover reformas administrativas, principalmente no secretariado. Em Ouro Preto, na Região Central, todos os 22 secretários foram exonerados em uma canetada do prefeito José Leandro Filho (PSDB). Em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, num ato de “altruísmo”, os 14 secretários puseram os cargos à disposição, depois de conversa com o prefeito Getúlio Neiva (PMDB). Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Ipatinga, no Vale do Aço, e Montes Claros, no Norte do estado, também estão passando pela dança das cadeiras.

Parte das mudanças estão relacionadas com a troca do governo do estado, que, depois de 12 anos de gestão tucana, passou a ser comandado pelo petista Fernando Pimentel. Ao ocupar o mais alto posto do Executivo estadual, o PT e a base que elegeu o novo governador acabaram ganhando a reboque mais espaço nos municípios. A busca por mais eficiência também está entre as motivações, junto com remanejamento nos quadros e corte de gastos para enfrentar a crise financeira que assola as prefeituras.

De longe, as mudanças mais radicais foram em Ouro Preto. Na primeira semana de janeiro, a cidade ficou sem nenhum dos seus 22 secretários, todos exonerados pelo prefeito José Leandro. A reforma administrativa também demitiu 127 servidores – diretores e assessores que ocupavam cargos de confiança –, além de 57 diretores e vice-diretores das escolas municipais. Na quarta-feira da semana passada, o prefeito começou a nomear secretários para ocupar as pastas mais importantes, mas há ainda cargos vazios. O curioso é que a maior parte dos nomeados faz parte desse grupo de ex-secretários recém-exonerados.

Oficialmente, o prefeito comunicou que a reforma veio com objetivo de “aperfeiçoar o funcionamento da máquina pública”. Segundo José Leandro, o corte de gastos também teve peso. Cerca de 20 cargos de confiança serão cortados.

Apesar das justificativas de ordem administrativa, um ex-secretário de Ouro Preto, que pediu o anonimato, disse que as mudanças têm motivação política. Embora seja do PSDB, o prefeito estaria interessado em abrir espaço para o PT . “Uma parte do PT apoia o prefeito. Um dos deputados federais majoritários aqui foi o Gabriel Guimarães (PT)”, disse o ex-secretário. Segundo ele, as turbulências provocadas pela cassação de José Leandro, em novembro, também teriam relação com a reforma. Afastado por irregularidades em contas públicas, o prefeito ficou 48 horas fora do cargo. “É como se agora fosse um segundo mandato. Ele precisa de uma readaptação”, disse.

Para o vereador Chiquinho de Assis (PV), a reforma é o reconhecimento da necessidade de mudança. “Essa reforma é de quem assume que o barco está à deriva e precisa de novos marinheiros. O problema é que 70% dos marinheiros são os mesmos”, afirma. Além das repercussões da reforma administrativa, o prefeito terá que enfrentar o desafio de governar sem orçamento, reprovado em dezembro pelos vereadores.

ACORDOS Em Teófilo Otoni, o prefeito Getúlio Neiva abriu o jogo e aponta que as mudanças no quadro político o levaram a rever seu secretariado. Neiva se reuniu com os 14 secretários e expôs a necessidade de uma adaptação. “Eles entenderam e colocaram o cargo à disposição”, conta. Na prática, ainda não houve nenhuma mudança concreta, mas o prefeito reforça que está “abrindo a possibilidade para acordos”. O PT é um dos partidos que Neiva pretende incorporar a seu governo.

Apesar de ser coligada com o PMDB no governo estadual e federal, a legenda faz oposição a Neiva em Teófilo Otoni. “O acordo vai depender do governador, do PT estadual e municipal”, reforça.Segundo Neiva, problemas financeiros enfrentados pela prefeitura vão exigir corte pesado. “Reduziremos as secretarias pela metade. Serão apenas 7”, explica.

O prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), fez na semana passada alterações em quatro secretarias e quatro superintendências. Ele afirma que, em três casos, os próprios ocupantes pediram a exoneração, para se dedicar a outros compromissos profissionais. “Mas estamos aproveitando para fazer recomposições. O PCdoB está ganhando espaço e estamos incorporando o PSC e o PMN ao governo”, reforça Machado. Em Ipatinga, a prefeita Cecília Ferramenta (PT) fez duas mudanças, na Procuradoria-Geral e na Secretaria Municipal de Fazenda. De acordo com a assessoria, tratam-se de “ajustes administrativos”. (Com Luiz Ribeiro)

"Tolerância zero"

Em Montes Claros, a principal novidade na equipe do prefeito Ruy Muniz (PRB) foi a nomeação e posse do delegado aposentado da Polícia Federal Geraldo Guimarães para o cargo de corregedor-geral do município. Guimarães, que já foi corregedor da corporação, aposentou-se no ano passado. “Guimarães é uma pessoa que vai dar credibilidade ao serviço público, por ter tolerância zero com o errado”, disse Muniz. Entre os novos integrante da equipe, está ainda o empresário e ex-candidato a deputado estadual Antonio Sapori (PTN), à frente da pasta de Agricultura Familiar. Chama atenção o fato de que o PTN é o mesmo partido do presidente da Câmara Municipal, Antônio Silveira, que faz oposição radical à atual administração. Também foi anunciado o nome do professor Wagner de Paulo Santiago para a Secretaria de Planejamento, Gestão e Organização, que terá como missão organizar um concurso público para o preenchimento de duas mil vagas nas áreas de educação, assistência social e na Guarda Municipal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)