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Estado de Minas

Ministério Público vai repatriar US$ 26 milhões que estavam em conta na Suíça

Dinheiro será retirado das contas de Paulo Roberto Costa na Suíça para ser devolvido ao governo brasileiro. Próximo passo é o pedido de abertura de inquérito contra políticos


postado em 27/11/2014 06:00 / atualizado em 27/11/2014 07:29

Concluídas as delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, dois dos principais líderes do esquema criminoso instalado na estatal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá nas próximas semanas a abertura de inquéritos contra políticos que possuem foro privilegiado. Em outra frente, o Ministério Público Federal conseguiu, na tarde de ontem, autorização do governo da Suíça para repatriar US$ 26 milhões que o ex-diretor da petrolífera mantinha em contas no país europeu. O dinheiro sujo escondido no exterior é proveniente de pagamento de propina por parte de grandes empreiteiras que formaram um cartel para morder contratos bilionários na Petrobras.

No entendimento de Rodrigo Janot, as informações repassadas por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa já são suficientes para assegurar o pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). Além das reclamações dos réus questionando os atos judiciais da Lava a Jato no Paraná, ainda tramitam no STF algumas petições sigilosas relacionadas diretamente à investigação. A dúvida é se esses procedimentos, a cargo de Janot, podem ser convertidos em denúncias imediatamente após uma avaliação.

O procurador-geral da República entende que não é necessário aguardar a conclusão de outras delações premiadas. Para ele, com os depoimentos sigilosos de Youssef e Paulo Roberto Costa, já é possível compreender como funcionava a engrenagem de corrupção na petrolífera. Devem ser abertos vários inquéritos. Em razão de as delações premiadas estarem protegidas por sigilo, não se sabe quantos e quais políticos serão investigados. Deputados, senadores, ministros e governadores podem integrar a lista.

A expectativa é de que grande parte dos presos na Operação Lava a Jato também abra o jogo em troca de redução de pena. O juiz federal Sérgio Moro rebateu declarações dos advogados dos empreiteiros de que o magistrado, com a manutenção das prisões, estaria forçando os suspeitos a fecharem acordo de delação premiada.

Ontem, o procurador-geral da República deu pareceres contrários a pedidos de advogados questionando a atuação do juiz da 13ª Vara Federal, Sérgio Moro, por não mencionar nomes de políticos no processo. Os questionamentos eram de um sócio da empresa Sanko Sider, Murilo Tena Barrios, e outro da MO Consultoria, Waldomiro de Oliveira. Segundo o procurador-geral, as menções aos políticos não foram feitas porque a apuração na primeira instância é sobre lavagem de dinheiro, e não corrupção.

Recorde Ainda não foi definido se a repatriação do dinheiro de Paulo Roberto Costa ocorrerá até amanhã, quando os procuradores da República Deltan Dallagnol, Orlando Martello e Eduardo Pelella retornam ao Brasil. A autorização foi possível após reunião entre os responsáveis pelas investigações da Lava a Jato, integrantes da Polícia Federal brasileira e representantes do Ministério Público suíço. O dinheiro será depositado numa conta judicial da Caixa Econômica Federal. O acordo é confidencial.

É a maior repatriação de dinheiro da história do Brasil desde que o país criou um departamento para recuperação de ativos lavados no exterior, em 2003. De lá até 2014, o Brasil conseguiu bloquear quase R$ 1 bilhão no exterior, segundo dados do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça. No entanto, apenas R$ 45 milhões foram efetivamente trazidos de volta para o país e colocados à disposição das autoridades brasileiras. Agora, essa cifra será acrescida em R$ 65 milhões, aproximadamente, ultrapassando a marca dos R$ 100 milhões repatriados desde 2003.

Enquanto isso...

…Foster é alvo de queixa-crime


Deputados de oposição apresentaram ontem uma notícia-crime contra a presidente da Petrobras, Graça Foster. A representação, entregue ao Ministério Público Federal (MPF) pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), acusa Foster de ter mentido à CPI Mista da Petrobras durante depoimento em junho. Na ocasião, Foster disse desconhecer que funcionários da estatal receberam propina da empresa holandesa SBM Offshore, fabricante de navios-plataforma. Na segunda-feira, porém, uma nota publicada no site da estatal informou que a empresa havia recebido, em 23 de maio, um telefonema do presidente da SBM relatando que o Ministério Público da Holanda havia confirmado o pagamento de suborno.


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