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Estado de Minas

Políticos, autoridades e amigos dão adeus ao ex-ministro Adib Jatene

Ex-ministro da Saúde nos governos Collor e FHC, o médico morreu em São Paulo depois de parada cardíaca, aos 85 anos


postado em 16/11/2014 06:00 / atualizado em 16/11/2014 07:40

(foto: NELSON ANTOINE/FRAME/ESTADAO CONTEUDO SP - ENTERRO ADIB JATENE )
(foto: NELSON ANTOINE/FRAME/ESTADAO CONTEUDO SP - ENTERRO ADIB JATENE )

São Paulo
– Parentes, amigos, colegas, políticos e autoridades se despediram ontem do ex-ministro da Saúde e diretor-geral do Hospital do Coração (HCor), Adib Jatene, de 85 anos, ex-secretário estadual de Saúde no governo Paulo Maluf e duas vezes ministro da Saúde, durante o governo Collor e, a última delas, no governo de Fernando Henrique Cardoso. No velório, lembraram do “trabalhador incansável”, “do pesquisador, do médico” e do “homem público exemplar”. O superintendente do Hospital do Coração (HCor), Carlos Alberto Buchpiguel, afirmou que o médico deixou um legado que não será apagado. “Perdemos um grande líder, um professor, um pesquisador e um médico exemplar, que trouxe para todo o mundo inovações na área médica, em especial uma nova forma de tratar cardiopatias congênitas”, disse Buchpiguel.

Jatene estava internado desde o fim de setembro, quando teve alta e voltou para casa. Ao sentir novo mal-estar, internou-se novamente e, na sexta-feira, manifestou sinais de um enfarte no miocárdio. “Ele preferiu descansar de toda essa luta. Chegou consciente ao hospital, mas depois da parada cardíaca, infelizmente não foi possível ressuscitá-lo”, declarou Buchpiguel. O corpo foi sepultado no Cemitério do Araçá. “O Brasil perde um grande homem público, um grande médico e uma grande pessoa”, disse o senador José Serra (PSDB), durante o velório. “Tive a oportunidade de suceder-lhe no Ministério da Saúde e, por isso, sei como foi importante sua atuação. Ele era um trabalhador incansável, que suava a camisa”, afirmou. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), destacou a importância de Jatene para a comunidade sírio-libanesa no Brasil. “Perdemos o nosso maior referencial. Desde pequeno ouço o seu nome como grande médico, grande pesquisador e grande pessoa, com sua capacidade de projetar o nome do Brasil internacionalmente.”

PRECURSOR
Nascido em Xapuri, no Acre, Jatene se formou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 1953. Mais tarde, tornou-se professor emérito da mesma faculdade, além de pesquisador de bioengenharia. Por suas contribuições no desenvolvimento de técnicas e instrumentos para procedimentos médicos, tornou-se um dos mais respeitados cirurgiões cardíacos do mundo. Ele foi um dos pioneiros da cirurgia cardíaca no país. Fez a primeira cirurgia de ponte de safena, em 1968, além de ter criado o primeiro coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas, na década de 1950. Um dos procedimentos que desenvolveu, para corrigir artérias transpostas em recém-nascidos, ficou conhecido mundialmente como Cirurgia de Jatene.

O cardiologista tornou-se ministro da Saúde pela primeira vez durante o governo do ex-presidente Fernando Collor, entre fevereiro e outubro de 1992. Três anos depois, em janeiro de 1995, Jatene foi convidado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso para comandar a pasta da Saúde novamente. Ao assumir o cargo, ele estabeleceu como compromisso combater a corrupção na saúde pública. Também defendia que o governo aumentasse o investimento para o setor. O cardiologista foi um dos principais articuladores da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) durante o governo FHC, tributo criado para ser destinado ao custeio da saúde pública a princípio e, depois, também da previdência social e da erradicação da pobreza.


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