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Estado de Minas

Oposição quer convocar Gleisi para explicar propina de R$ 1 milhão

Partidos querem que a senadora petista explique na CPMI da Petrobras a denúncia de que sua campanha em 2010 teria recebido R$ 1 milhão do esquema de propinas na estatal


postado em 20/10/2014 06:00 / atualizado em 20/10/2014 08:15

Sob suspeita de receber dinheiro do esquema de Paulo Roberto Costa, Gleisi Hoffmann divulgou nota contestando a denúncia(foto: Pedro França/Agência Senado)
Sob suspeita de receber dinheiro do esquema de Paulo Roberto Costa, Gleisi Hoffmann divulgou nota contestando a denúncia (foto: Pedro França/Agência Senado)

Brasília – A oposição na Câmara dos Deputados quer que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) explique na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras a denúncia de que teria recebido R$ 1 milhão do suposto esquema de pagamento de propinas na estatal. O requerimento para convocar a petista será apresentado pelo líder do Solidariedade, o deputado paranaense Fernando Francischin, que ontem partiu para o ataque contra a senadora, que nega as acusações.

Conforme denúncia publicada no jornal O Estado de S.Paulo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que participa de um processo de delação premiada, contou ter pago R$ 1 milhão à senadora para financiar a campanha da petista ao Senado em 2010. O dinheiro, como nos casos recentes revelados, teria sido desviado da Petrobras. A reportagem diz que o ex-diretor da Petrobras recebeu um pedido do doleiro Alberto Youssef para “ajudar na candidatura de Gleisi”. Ele ainda afirmou que Paulo Bernardo, ministro das Comunicações e marido da senadora, teria recebido o dinheiro.

Para Francischini, a denúncia mostra porque Gleisi tentou retardar a instalação da CPI da estatal. De acordo com o parlamentar, no dia que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), iria instalar a CPI, a senadora Gleisi fez uma questão de ordem alegando “fatos desconexos” com o intuito de atrasar o processo. “Escalaram ainda Gleisi para apresentar ações judiciais no STF contra a instalação da CPMI da Petrobras. Agora está explicado o motivo pelo qual a presidente Dilma Rousseff e a senadora Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil da Presidência da República, lutaram tanto para impedir a abertura da CPMI da Petrobras”, disparou Francischini por meio da assessoria de imprensa.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), considera a denúncia grave, principalmente, pelo cargo importante que Gleisi exerceu. “A função era da mais íntima relação e confiança, na antessala da presidente da República. O que ela está dizendo não é suficiente para isentá-la”, disse. O tucano também avalia a possibilidade de chamar Gleisi para depor na CPI. O deputado já conversou com o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), mas mostra dúvidas sobre a viabilidade de conseguir convocá-la. O assunto será discutido hoje. “Conseguir uma aprovação é difícil, porque a maioria dos governistas (na CPI) é esmagadora, e está mais que claro que operam sob orientação do Palácio do Planalto para não deixar investigar”, afirmou.

Em nota, a senadora Gleisi Hoffmann contestou a denúncia, cobrou responsabilidade de quem a divulgou e disse ter solicitado a seus advogados o estudo de medidas judiciais contra o jornal. Ela diz ser vítima deste “leviano denuncismo dos dois réus confessos muito bem recompensados pela – nem sempre legítima – barganha da delação premiada” A nota diz que ela não recebeu doação alguma de Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef e não conhece nenhum dos dois. Ela diz ainda que seu marido, o ministro Paulo Bernardo, só esteve com Yousef “uma vez na vida, há mais de 10 anos, apenas para inquiri-lo na CPI do Banestado”.

A nota da senadora afirma também que todas as contas da campanha de 2010 ao Senado de Gleisi, incluindo as doações recebidas, foram entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Se os criminosos Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef eventualmente mencionaram qualquer contribuição de campanha à Senadora – o que não se pode confirmar—, é certo que mentem. E mentem com o evidente objetivo de obter ilícita vantagem na barganha da delação premiada”, informa. De acordo com ela, acusar uma ex-ministra da Casa Civil, ainda que sem provas, “aumenta os benefícios oferecidos pelo MP”.


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