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Estado de Minas

Em entrevista, Dilma diz que vazamento de denúncias tem "cunho eleitoral"

A presidente Dilma pediu "investigação rigorosa desses dois indivíduos, uma investigação profunda", se referindo a Paulo Roberto Costa e ao doleiro Alberto Youssef


postado em 10/10/2014 17:01 / atualizado em 10/10/2014 17:38

(foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
(foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A presidente Dilma Rousseff (PT), sugeriu nesta sexta-feira em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, que o vazamento das denúncias tem cunho eleitoral. "Não acho correto divulgar provas ou documentos parcialmente em período eleitoral", declarou Dilma, que acredita que as gravações não estão completas. "Quando você divulga alguma coisa deste tipo, tem de divulgar a prova. E a prova é crucial para se condenar", emendou. Para ela, é preciso ter cuidado com acusações porque muitas vezes no processo "a prova rui", "a acusação é feita" e "a pessoa, que a gente não sabe se é ou não é um corrupto, não é punida". "O que eu estou defendendo é que, quando se acusar as pessoas, é fundamental a prova estar bem feita", completou. Dilma insistiu que, durante campanha eleitoral, surgem denúncias "que depois não se comprovam e assim que acaba a eleição, ninguém se responsabiliza por elas".

Ainda segundo Dilma, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, do PMDB, não será afastado do cargo, segundo a presidente Dilma Rousseff. Machado é acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter participado do esquema de corrupção na estatal. O ex-diretor da companhia, que fez delação premiada ao Ministério Público Federal, afirmou que recebeu pessoalmente de Sérgio Machado R$ 500 mil.

A presidente Dilma disse que Machado foi convocado para dar explicações ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e que todas as pessoas citadas serão investigadas. Mas Dilma ressalvou que "ninguém, em sã consciência, pode acabar com o direito de defesa". Segundo ela, "em toda campanha eleitoral há denúncias que, depois, não se comprovam", acrescentando que "não se pode cometer injustiças, mas também não se pode ser resiliente com mal feitos ou atividades que não fiquem claras".

Nessa quinta, enquanto estava em campanha em Aracaju (SE), Dilma foi informada da divulgação das gravações e ficou "surpresa" e "preocupada". Em seguida, disparou uma série de telefonemas para a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Os dois cobraram explicações de Sérgio Machado. Machado negou as acusações.

Dilma pediu "investigação rigorosa desses dois indivíduos, uma investigação profunda", se referindo a Paulo Roberto Costa e ao doleiro Alberto Youssef. "Uma investigação que leve à condenação daqueles que atuaram com eles. É isso que é necessário. É necessário para o Brasil, é necessário para que nós mudemos a base moral do nosso País", prosseguiu.

Em audiência, Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef afirmaram na quarta-feira, 8, que o PT chegava a ficar com 3% do valor de contratos de diretorias da Petrobras. Os dois falaram ainda sobre o loteamento político em diretorias da petroleira pelo PT, PMDB e PP para superfaturamento e desvio de recursos.

Questionada se o PT errou, a presidente desabafou: "se o PT, enquanto pessoas do PT erraram, se em qualquer outro partido tiverem pessoas que erraram, têm de ser punidas. Aí é o seguinte, é o doa a quem doer." E emendou: "Se alguém errou, tem de pagar em qualquer partido. Não interessa o partido. Eu acho que aí o princípio é de quem cometeu o crime, pague por ele".

Ao ser perguntada se temia a existência do mesmo esquema denunciado na Petrobras em outras estatais, já que Paulo Roberto falou em cartelização das grandes empresas do Brasil, a presidente rebateu, dizendo que a acusação não se resumia ao seu governo. "Há um temor também que funcionasse em outros governo, né? Vamos lembrar que ele disse que vem do Itamar, passou pelo Itamar, passou Collor, passou pelo Fernando Henrique Cardoso". Em seguida, a presidente emendou: "O que eu estou dizendo é o seguinte: qual é a diferença nossa? É que nós investigamos. Me mostra onde está, que nós investigamos. Eu não varro (denúncia) para baixo do tapete, nunca varri. Na minha vida pública em todos os tempos, eu nunca fiz isso".

Sobre a possibilidade de as denúncias terem por objetivo afetar sua campanha à reeleição, Dilma respondeu: "Eu não sei se não é este o interesse de alguns. Agora, eu lutarei com unhas e dentes para que o que não seja justo não ocorra". E emendou: "eu, na minha vida, aprendi uma coisa e isso acho que o povo brasileiro sabe. Aprendi que quem luta e quem luta com fé, quem luta sabendo que está lutando pela coisa justa, faz a boa luta".

 Com Agência Estado


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