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Estado de Minas

Aécio diz que corrupção foi 'institucionalizada'

Presidenciável condena esquema de propina na estatal. Dilma não comenta denúncias


postado em 10/10/2014 00:12 / atualizado em 10/10/2014 11:17

Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente:
Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente: "Não é a oposição quem está denunciando. É um diretor que foi nomeado por esse governo e um doleiro que atuava nesse esquema que dizem que alimentava o partido que está no governo. Em qualquer país isso seria talvez o maior escândalo da história" (foto: Christophe Simon/AFP)

Adversário da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB) afirmou que a corrupção foi “institucionalizada” na Petrobras e voltou a definir o esquema de propina na empresa como “o maior escândalo da história”, ao comentar ontem o conteúdo da gravação do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à Justiça Federal. Segundo Costa, o esquema era comandado pelo PT. Candidata à reeleição, Dilma se calou sobre o depoimento que apresenta detalhes sobre a corrupção dentro da maior estatal brasileira. Em extensa agenda no Nordeste, ela não fez nenhum comentário sobre o caso e ignorou as denúncias de corrupção. Com relação ao tema, em Maceió, ela repetiu o discurso que tem feito de que combate a corrupção sem trégua, “doa a quem doer”. “O meu governo não varre a corrupção pra debaixo do tapete.”

Segundo Paulo Roberto Costa, dos 3% de cada contrato cobrado como propina, 2% eram “para atender ao PT”, enquanto 1% atendia ao PP. “O vazamento da delação premiada aponta na direção de algo institucionalizado, que envolve diretamente o tesoureiro (João Vaccari Neto) do partido político que governa o Brasil há 12 anos. Agora começa-se a compreender quais seriam aqueles belos serviços que constavam da ata de afastamento do diretor Paulo Roberto Costa”, disse Aécio, em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro. No último debate presidencial, antes das eleições, o presidenciável do PSDB havia ironizado o fato de Costa ter sido elogiado por colegas na época do desligamento do diretor da Petrobras. Tudo foi documentado em ata.

Aécio também destacou o suposto envolvimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nos casos de desvio de verbas da estatal. O tucano ainda fez uma retrospectiva e lembrou da prisão do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão a pena de oito anos e 11 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha. “O ex-tesoureiro do PT foi condenado e foi preso exatamente por utilizar dinheiro público. Ele foi sucedido por esse tesoureiro, que foi denunciado pelo próprio grupo, da própria quadrilha”, disse.

O senador mineiro buscou ressaltar o envolvimento de altos dirigentes do partido para expor o que chama de falar de corrupção “institucionalizada”. O tucano apontou que o esquema de propina na Petrobras se torna ainda mais grave por se tratar de declarações feitas por um ex-diretor ligado ao governo e por um doleiro (Alberto Youssef) que participava do esquema, e não por alguém da oposição.

“Não é a oposição quem está denunciando. É um diretor que foi nomeado por esse governo e um doleiro que atuava nesse esquema que dizem que alimentava diretamente o partido que está no governo. Em qualquer país do mundo isso seria talvez o maior escândalo da história”, disse Aécio. Ele ironizou, indiretamente, a presidente Dilma Rousseff, que afirma não interferir nas investigações da Polícia Federal sobre “malfeitos” na estatal. “Aquilo que era chamado de malfeito, de desvio de conduta ou de caráter, agora chega de forma institucional ao partido político”, disse Aécio.

O candidato tucano aproveitou para defender bandeiras como a “profissionalização das empresas públicas e agências reguladoras” e a diminuição de cargos comissionados. “O Estado brasileiro tem que ter compromisso com resultados, e não com a companheirada”, disse.

CORREIOS O líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA), entrou com representação ontem na Procuradoria da República no Distrito Federal solicitando a investigação em relação ao fundo Postalis, com base no depoimento à CPI Mista da Petrobras de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava a Jato da Polícia Federal. O PSDB quer a apuração de possíveis crimes de peculato e gestão fraudulenta de instituição financeira, além de improbidade administrativa e violação aos interesses coletivos dos beneficiários do fundo.

Com agências


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