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Estado de Minas

Partidos estão na lista de propinas da Petrobras

Em depoimento à Justiça, ex-diretor da estatal revela que três legendas grandes receberam dinheiro de contratos superfaturados e que esquema financiou campanha eleitoral de 2012


postado em 09/10/2014 00:12 / atualizado em 09/10/2014 07:22

Brasília – O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, revelou à Justiça Federal nessa quarta-feira que pagou propinas a três partidos políticos “grandes”. Indagado se entre eles estão as legendas que chegaram ao segundo turno das eleições presidenciais, ele respondeu: “Um deles, sim.” Costa disse que foi indicado para o cargo pelo ex-deputado José Janene (PP-PR), em 2004, com a missão de montar um esquema de pagamento de propinas para políticos. Ele afirmou que a propina para os partidos era dividida na base de 1% para um e 2% para outro – sobre valores superfaturados de contratos da Petrobras com empreiteiras e fornecedores. De acordo com a Folha de S.Paulo os partidos são o PT, PMDB e PP. Costa, que fez delação premiada ao Ministério Público Federal, homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, declarou na audiência de ontem que o esquema financiou a campanha eleitoral de 2012. Ele não pode dizer, em seu relato, os nomes de políticos que teriam recebido dinheiro de corrupção. “Muita gente”, resumiu. A competência para investigar ou processar parlamentares é exclusiva do Supremo Tribunal Federal, por isso o ex-diretor não pode citar os nomes à Justiça Federal.

Costa depôs durante cerca de duas horas no processo da Operação Lava a Jato, em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado das obras da Refinaria Abreu e Lima. Em seguida, retornou Rio de Janeiro, onde cumpre prisão em regime domiciliar. O ex-diretor apontou os nomes de outros três diretores da Petrobras que, segundo ele, faziam parte do esquema. Afirmou que recebeu “pessoalmente de Sérgio Machado (presidente da Transpetro) a quantia de R$ 500 mil.” Ele afirmou que em “outras diretorias” da Petrobras também havia esquema de propinas. “Havia um esquema de grupos atuando na Petrobras, cada um com seus interesses, cada um com seu operador.”

Sobre a participação de políticos, ele disse. “Os líderes estão fora desse processo, são agentes políticos, não são as empresas”. Segundo Costa, as empreiteiras e fornecedores “estavam submetidas até à quebra se não pagassem propina”. “Quem não pagava não participava”, declarou o ex-diretor.

Preso na Operação Lava a Jato, da Polícia Federal, que investigou esquema de lavagem dinheiro supostamente liderado pelo doleiro Alberto Youssef, que teria movimentado R$ 10 bilhões, Costa decidiu no fim de agosto revelar detalhes sobre subornos na Petrobras, em troca de uma pena menor. Ele citou, segundo a revista Veja, nomes de 12 parlamentares que teriam recebido propina do esquema, entre os quais o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-SP), e do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). Todos negam com veemência que tivessem recebido recursos do doleiro.


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