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Estado de Minas

Confira os desafios de Aécio e Dilma no segundo turno

Aécio e Dilma terão três semanas para tentar superar dificuldades verificadas no 1º turno


postado em 07/10/2014 00:12 / atualizado em 07/10/2014 07:13

No embate presidencial entre PT e PSDB – iniciado em 1994 –, o placar está em 3 a 2 para a equipe vermelha. Foram dois gols do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que divide a artilharia com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e um de sua reserva imediata, a presidente Dilma

Rousseff (PT). A esperança dos tucanos é que o novo dono da camisa 45, Aécio Neves, consiga empatar o jogo eleitoral brasileiro. Para isso, as equipes técnicas – e políticas – de cada lado estudam o adversário e tentam cobrir os pontos fracos para buscar a vitória em 26 de outubro.

Baseado no mapa eleitoral traçado pelo resultado das urnas no domingo passado, é possível antever os principais lances que ambos usarão para minar o adversário e, principalmente, conquistar a torcida que ainda não tomou partido. Metáforas futebolísticas à parte, a virada de Aécio nos últimos dias das eleições consolidou o que muitos especialistas denominam de Fla-Flu da política brasileira.

A pequena diferença entre Dilma e Aécio no primeiro turno – foram 8,04 pontos percentuais – dá uma amostra de que as três próximas semanas serão de uma campanha acirrada e cheia de ataques. Para ter uma ideia, no embate com José Serra (PSDB) em 2010, o placar no primeiro turno foi de 46,8% a 32,6% a seu favor. Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou a primeira etapa das eleições na dianteira, com 46,44% dos votos, bem à frente de Serra (23,19%). Em 2006, contra Geraldo Alckmin, a disputa não terminou em primeiro turno para Lula por pouco, ficou em 48,61% a 41,64%.

Os presidenciáveis terão pela frente desafios que precisam superar para conquistar a vitória no dia 26. O primeiro deles é reverter derrotas em algumas das principais bases eleitorais. Governador de Minas Gerais por dois mandatos (2003 a 2010), Aécio Neves se viu derrotado no estado por uma diferença de pouco mais de 400 mil votos para Dilma Rousseff (PT).  Além disso, não conseguiu eleger seu candidato, Pimenta da Veiga (PSDB). Fernando Pimentel (PT) conquistou a vaga no domingo, desbancando os 12 anos de administração tucana.

Mas se Dilma ganhou em Minas, o tucano tem a seu favor a vitória em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com quase 32 milhões de eleitores – 22,4% do total nacional – e essa é uma situação complicada que ela tentará mudar. Aécio conquistou mais de 10 milhões de votos, bem à frente de Dilma, que recebeu 5,9 milhões de votos. O senador mineiro derrotou-a inclusive em São Bernardo do Campo, tradicional reduto petista na Grande São Paulo. O tucano ficou com 36,28% dos votos válidos, quase quatro pontos percentuais à frente de Dilma, escolhida por 32,78% dos eleitores. Foi em São Bernardo do Campo que surgiu o movimento social considerado o mais importante embrião do PT e teve início a carreira política de Lula.

Dilma terá que rever também suas estratégias no Sul, região em que teve a derrota mais expressiva para Aécio: o tucano recebeu 47,2% dos votos, à frente dos 36,34% conquistados pela petista. Por sua vez, o Nordeste continua sendo um grande desafio para Aécio, que recebeu o voto de apenas 15,38% dos eleitores. A petista venceu em oito dos nove estados, angariando 59,69% dos votos.

ESTRATÉGIAS No discurso dos candidatos, alguns dos temas debatidos no primeiro turno devem ser ainda mais explorados nas próximas três semanas. A principal tática de Aécio é convencer a maioria do eleitorado brasileiro que o Brasil piorou nos últimos quatro anos, quando passou a ser governado por sua adversária. Os números são usados pelos candidatos da forma mais conveniente, de forma a reforçar a teoria que defendem. O tucano parte de índices que demonstram o aumento da inflação, o baixo crescimento do PIB – aquém da meta da equipe econômica – e, principalmente, as denúncias de corrupção envolvendo o governo petista, tais como o mensalão e o escândalo da Petrobras.

A resposta de Dilma é – e deve continuar sendo – jogar na defesa. A primeira arma é comparar os dados econômicos com o período em que o país foi governado pelo PSDB (1995-2002), quando a inflação era maior. Já a estratégia para se blindar das denúncias de corrupção é mostrar os avanços nas ferramentas de combate à improbidade administrativa, como a criação da Controladoria Geral da União (CGU) na gestão Lula e as operações realizadas pela Polícia Federal.

Uma das armas petistas são os programas sociais, como o Bolsa-Família e o Minha casa, minha vida. No submundo das campanhas, é comum que os militantes do PT propaguem que seus adversários irão acabar com os projetos. A candidata do PSB, Marina Silva, foi uma das vítimas dos ataques. Para tentar evitar a perda de votos, o tucano Aécio se defende e tenta se antecipar às investidas afirmando que irá manter os programas. No segundo turno, o tucano terá que reforçar as defesas.

APOIOS


Nestas três semanas de batalha eleitoral, os padrinhos políticos terão um papel ainda mais importante. Passado o primeiro turno, governadores já eleitos terão mais tempo para se dedicar à disputa presidencial, engrossando os times liderados por Lula e FHC. Dilma e Aécio poderão contar com os governadores do dois maiores colégios eleitorais do país, Fernando Pimentel (PT), em Minas, e Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo. A petista também terá ao seu lado os governadores eleitos de Bahia e Piauí, enquanto Aécio contará com o apoio do governador Beto Richa, do Paraná.

Ambos ainda brigarão pelo espólio eleitoral de  Marina Silv, que teve mais de 22 milhões de votos. Ela venceu em dois estados: Acre, onde nasceu, e Pernambuco, terra do ex-governador Eduardo Campos (PSB), que somam um eleitorado que chega a 6,85 milhões.


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