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Estado de Minas

"Marina e o PT são quase uma coisa só", diz Aécio Neves em entrevista ao EM

Segundo o senador, 70% dos eleitores querem mudança e, por isso, chegará ao 2º turno


postado em 21/09/2014 00:12 / atualizado em 21/09/2014 10:00

A duas semanas das eleições, o senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, acredita ter fôlego suficiente para crescer nas pesquisas e estar no segundo turno das eleições, disputando com a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta se reeleger. Em entrevista ao Estado de Minas, o tucano apontou a comparação feita pelos eleitores entre a petista e a ex-senadora Marina Silva (PSB) como um fator que pesa a seu favor e deve levá-lo a ampliar sua votação. “A enorme afinidade da Marina com o próprio PT, por que militou por mais de 20 anos, está levando as pessoas a perceberem que trocar a Dilma pela Marina é na verdade trocar seis quase que por meia dúzia”, afirmou. Segundo Aécio, se eleita, Marina Silva governará com o PT. Em sua base, que é o segundo colégio eleitoral do país, o tucano fez um apelo para que os mineiros o ajudem a vencer, não só com sua candidatura, mas fazendo mais um sucessor no Palácio Tiradentes: o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB).


O senhor fala em onda da razão. Acredita que até agora o eleitor está escolhendo emocionalmente?
Olha, tivemos, na verdade, duas eleições completamente diferentes. Até o falecimento do ex-governador Eduardo Campos, nosso nome claramente era aquele que se contrapunha ao PT e aparecia em melhores condições de encerrar esse ciclo, significava a mudança possível de acontecer. Houve o falecimento do Eduardo com a entrada da Marina e, pela sua dimensão pessoal e por já ter disputado uma eleição presidencial, ela ocupou esse espaço também como uma possibilidade concreta de mudança. Além da insatisfação generalizada, ela encarnava a possibilidade de retirar o PT do poder. Só que vai ficando clara ao longo dessas últimas semanas a inconsistência da proposta da Marina e a ausência de quadros qualificados que possam permitir a implementação daquilo que ela propõe.

E quando vem a razão?

Nossas pesquisas internas começam a demonstrar, Brasil afora, que há uma recuperação geral da nossa candidatura. É que a Marina na verdade é muito parecida com aquilo que era o PT quatro anos atrás. A enorme afinidade da Marina com o próprio PT, por que militou por mais de 20 anos, está levando as pessoas a perceberem que trocar a Dilma pela Marina é na verdade trocar seis quase que por meia dúzia.

O senhor diz que Marina tem esse “DNA” petista, e, do outro lado, o PT a critica por ser ligada a banqueiros e ter propostas parecidas com o PSDB…

O PT busca desconstruir a Marina de uma forma que eu não tenho feito. Ao contrário, sou solidário a Marina pelos ataques pessoais que tem recebido. O que eu faço é um registro histórico, e a história ninguém muda. Hoje, vejo a Marina defendendo o fim da inflação, mas, quando enfrentamos a inflação com o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, ela estava no PT contra isso. Quando denunciamos o mensalão e defendíamos que fossem processados todos os envolvidos, Marina estava no PT e, silenciosa, continuou, ao lado de Dilma, como ministra. Continuou até o limite, até o momento que sai para ser candidata a presidente da República. Somos em grande parte aquilo que fizemos ao longo das nossas vidas. Acho que a Marina, se vencer as eleições, vai governar em grande parte com o PT.

Pesquisas recentes mostram que sua candidatura voltou a crescer. O senhor acha que dá tempo de chegar ao segundo turno?
Tenho absoluta confiança que sim, porque as pesquisas internas que estamos fazendo mostram que esse crescimento está se dando em uma velocidade até maior do que essas pesquisas tradicionais apontam. Estamos avaliando quais as razões pelas quais está havendo essa mudança e percebemos que houve realmente uma migração de votos para a Marina, em um primeiro momento, mas as pessoas estão percebendo que não basta querer mudar. É preciso mostrar como vai mudar. E há uma possibilidade concreta de mudança real no Brasil hoje, que é a nossa. Mais de 70% da população quer uma mudança e não com o novo PT. É isso que tem feito com que nosso nome recupere terreno em várias regiões do país.

Essa estratégia de relacionar Marina ao PT deu resultado? Vai continuar nesse caminho?
Reforçar isso é importante para que o eleitor saiba com clareza em quem vai votar. Tenho respeito pessoal pela Marina e todos os candidatos, mas qual Marina é candidata? É a Marina que hoje afaga o agronegócio ou a que tentava inviabilizar o agronegócio proibindo os transgênicos? É essa que hoje defende o modelo macroeconômico do PSDB e o combate à inflação ou aquela que no PT criou todas as dificuldades para controlar a inflação, para aprovação do Plano Real? É a que hoje propõe a meritocracia no serviço público com remuneração variável em função de metas ou aquela que dentro do PT atuava para fortalecer o corporativismo de setores de servidores?



Que peso Minas terá nessa eleição?
Minas é decisiva. Minha grande expectativa é que de Minas venha esse movimento mais forte de mudança, porque Minas me conhece, sabe o governo que fizemos, o que o governador (Antonio) Anastasia fez depois. E o Pimenta da Veiga é a garantia de continuidade de um governo honrado, sério, com dificuldades, claro, mas que o Brasil inteiro aprendeu a respeitar. O PT vem perdendo as eleições em todos os estados brasileiros expressivos que governa e acredito que perderá também no nível nacional. Eu não posso compreender que, em Minas Gerais, o PT possa vencer as eleições. Até porque, se isso acontecesse – eu espero que não –, vamos ter aqui um fluxo de petistas de todas as partes do Brasil, porque é assim que eles operam.

Acredita na vitória em Minas?
Tenho muita confiança de que a seriedade da nossa proposta, a responsabilidade que sempre tivemos com Minas, vai nos fazer vencer as eleições com Pimenta da Veiga e a nossa candidatura no estado. O governo federal do PT governou de costas para Minas Gerais, não houve um projeto estruturante. Quando discutíamos e debatíamos investimentos novos em Minas Gerais, como a nova fábrica da Fiat, o polo petroquímico em Ibirité, o PT optou por levá-los para outras regiões do Brasil. E quando falávamos de investimentos em mobilidade, o PT priorizou sempre outras regiões do Brasil. O PT desprezou Minas ao longo de todos esses anos e não merece governar o estado. O PT deveria estar envergonhado de pedir votos em Minas Gerais. Quando lutamos ao longo de todos os últimos quase 10 anos para a aprovação do novo código da mineração, que incrementaria mais de R$ 1 bilhão anualmente em Minas Gerais, o governo federal não deu prioridade. Não vejo autoridade no governo do PT hoje para pedir apoio dos mineiros.

A que o senhor atribui o fato de o PT estar à frente nas pesquisas em Minas Gerais?
Na eleição do Anastasia, estivemos atrás também por muito tempo e vencemos no primeiro turno. É a hora da razão, a onda da razão começa por Minas, que é o estado do equilíbrio. É uma oportunidade extraordinária, depois de 60 anos, que Minas Gerais tem de eleger um presidente da República mineiro, comprometido com os problemas do estado. Eu faço uma grande convocação, uma exortação aos nossos companheiros de Minas de todas as regiões, para que possamos nos unir em torno de um projeto que vai muito além de uma eleição. Um projeto de Minas, para Minas, e que, para ser vitorioso, tem que ser com Minas.


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