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Estado de Minas UMA RELAÇÃO ENIGMÁTICA

Relacionamento do novo presidente com o Congresso é foco de receio até no Executivo

A julgar pelos discursos de campanha dos três principais candidatos, não será possível passar os próximos anos sem uma intensa articulação com os parlamentares


postado em 21/09/2014 00:12 / atualizado em 21/09/2014 07:24

Brasília – O ano de 2015 será complexo na área econômica e uma incógnita na seara política. Com um Congresso desgastado perante a opinião pública e um Executivo que estará recém-eleito, ninguém, tanto no Congresso quanto no Planalto, consegue prever com segurança como será a relação entre os dois poderes. Candidata à reeleição, a petista Dilma Rousseff passou quatro anos às turras com a sua base de apoio no parlamento. Marina Silva (PSB) prega uma nova relação política sem deixar claro o que isso quer dizer. E Aécio Neves (PSDB), apesar de bom articulador, não conseguiu reunir muitos partidos na própria coligação.


A julgar pelos discursos de campanha dos três, não será possível passar os próximos anos sem uma intensa articulação com os parlamentares. Ao longo da corrida eleitoral, multiplicam-se propostas de reformas tributária, trabalhista, mudanças no status do Banco Central e outras medidas que precisarão ser aprovadas pelo Congresso. O que não é tarefa fácil.

Dilma tem, ao lado dela, uma ampla coalizão partidária. Do grupo de partidos com os quais governou ao longo dos primeiros quatro anos de mandato, só deixou escapar o PTB para o ninho dos tucanos. Mas a aliança com o PMDB foi fechada a duras penas – pouco mais de 50% dos convencionais aprovaram a reedição da parceria. A disputa no PP foi questionada na Justiça, e o PR só cedeu o tempo de televisão após a presidente trocar César Borges por Paulo Sérgio Passos no Ministério dos Transportes.

Mesmo assim, poucas vezes durante a campanha eleitoral Dilma se reuniu ou discutiu planos com os partidos aliados. No núcleo estratégico político, só há assento para os petistas. Teme-se que, caso conquiste um novo mandato, ela se torne ainda mais distante de deputados e de senadores. Estes torcem, intimamente, para que o ex-presidente Lula tenha mais ascendência sobre ela a partir de 2015.

Vice-presidente da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) lembra que essa relação dependerá do perfil do novo Congresso e de quem será o titular do Planalto. “O atual Congresso tem na memória os momentos bons e as dificuldades vividas nos últimos quatro anos. É com base nessa experiência que uma nova relação será construída”, aposta Chinaglia.

IMPRESCINDÍVEL

Coordenador-geral da campanha presidencial de Aécio Neves, o senador José Agripino (DEM-RN) considera pertinentes as preocupações com a qualidade na relação entre governo e Congresso a partir de 2015. “O Brasil está perdendo competitividade e relevância no cenário internacional, e as reformas necessárias para que esse cenário seja modificado não podem prescindir do Congresso.” Para ele, as dificuldades que virão só reforçam a necessidade de que o futuro presidente seja Aécio. “Ele está acostumado a costurar alianças e estabelecer consensos em torno de ideias.”

O ex-deputado Walter Feldmann (PSB-SP), coordenador-geral da campanha de Marina, disse que o país está tão acostumado com o atual modelo de governo de coalizão, “ou de cooptação”, que não percebe ser possível um novo caminho. Ele acrescentou que, de todos os atuais candidatos, Marina é, sem dúvida, a que mais acumulou experiência parlamentar. “Tenho absoluta certeza de que ela estabelecerá uma relação de alto nível com deputados e senadores.”

 


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