(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

"Não somos um zé-promessa", diz Tarcísio Delgado

Candidato quer eficiência, austeridade e participação popular em sua administração


postado em 05/09/2014 06:00 / atualizado em 05/09/2014 12:44

Isabella Souto

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Com a bagagem de três mandatos no comando da Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata, o candidato do PSB a governador de Minas Gerais, Tarcísio Delgado, acredita que é possível sanear as contas públicas, quitar os R$ 3,4 bilhões devidos em precatórios, valorizar os servidores estaduais e realizar obras. Mas adianta que os resultados vão demandar tempo. “Nunca fui e nunca vou ser candidato zé-promessa. O candidato que disser que vai pagar no primeiro ano está mentindo. Vai tirar dinheiro de onde?”, disparou ontem o socialista, que estreou a série de entrevistas realizadas pelo Portal Uai/Estado de Minas com os principais candidatos ao Palácio Tiradentes. Para pôr em prática suas metas, ele aponta um governo baseado na “eficiência, austeridade e participação popular”. “Com a minha experiência, podemos em quatro anos deixar o estado em situação infinitamente melhor do que está hoje”, disse. Uma estratégia será a redução de cargos comissionados como forma de reduzir parte do déficit do estado – com exceção das áreas da educação e segurança pública. Se eleito, Tarcísio Delgado disse ainda que pretende ter uma relação “mais republicana” com a Presidência da República, para que obras importantes como o metrô de Belo Horizonte saiam do papel. Delgado ressaltou também a necessidade de mais sintonia entre as administrações municipais, estadual e federal. Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos, Tarcísio Delgado queixou-se da falta de recursos para fazer campanha, mas anunciou para a semana que vem o início da distribuição de material e viagens pelo interior. “Penso que estes 30 dias finais são decisivos. É o momento que muita gente que está perdendo ganha, e muita gente que está ganhando, perde.” Na reta final, ele conta ainda com a vinda da candidata do seu partido a presidente da República, Marina Silva (PSB), a Minas Gerais para pedir votos para ele.  
A seguir, os principais trechos da entrevista.

Já jogou o Game das Eleições?

Reta final de  campanha
Penso que esses 30 dias finais são decisivos. É o momento que muita gente que tá perdendo ganha, e que muita gente que tá ganhando, perde. As grandes definições dos eleitores ocorrem nesse momento. Quando vão aproximando as eleições, o eleitor começa a se ligar e começa a definição da campanha. Vou fazer a campanha que não fiz até agora. Tive muitas dificuldades, inclusive materiais, pois nossa campanha é muito pobre. Esse fim de semana recebemos material e estou com muitas viagens marcadas. Há uma agenda em todo o interior do estado e vamos intensificar a campanha, dar um calorzinho.

Participação de Marina Silva
Ela me disse que pretendia vir a Minas pelo menos três vezes. E nós vamos intensificar a campanha com ela. Obviamente esperamos que a votação da Marina nos ajude em Minas, ela tem dito sempre que é importante Minas para ela, e para Minas, Tarcísio Delgado. Então estou com esperança grande com a presença da Marina na Grande BH e em uma ou duas cidades maiores do interior. A nossa luta é deixando bem claro que, para dar segundo turno em Minas, é preciso que Tarcísio cresça. Esta coisa passa como um ponto importante, e inclusive o eleitor vai pesar isso. Se eu não cresço, não tem segundo turno.

Endividamento de Minas
Vou trabalhar com o tempo, e não dizer que vou resolver no primeiro momento como alguns candidatos estão dizendo. O estado está falido, inadimplente, e dizem que vão resolver tudo no primeiro ano. É mentira e eu não vou dizer isso para o eleitor. O que eu posso dizer é que eu fui prefeito de Juiz de Fora, uma cidade média, e não é tão diferente assim. Em 1997, quando cheguei à Prefeitura, a peguei literalmente falida. Eu me virei, peguei antecipação de receita, paguei os servidores e a partir daí não tinha dinheiro para nada. Comecei a trabalhar com austeridade, eficiência e participação comunitária. Um ano e meio depois, a prefeitura estava com as contas em dia e passamos a fazer obras. Com a minha experiência, podemos em quatro anos deixar o estado em situação infinitamente melhor do que está hoje.

Pagamento de Precatórios
É mais um problema sério. Claro que o estado e o governador, seja qual for, tem que enfrentar. Procurando negociar, iniciar o pagamento que está interrompido, fazer esforço para liquidar. Nada imediatamente, nunca fui e nunca vou ser candidato Zé promessa. O candidato que disser que vai pagar no primeiro ano está mentindo. Vai tirar dinheiro de onde?

Relação com professores
Em Juiz de Fora, não tive guerra com professores. Criei um plano de carreira, cargos e salários, fizemos isso lá e deu muito certo. Pagava sempre acima do piso nacional. E é uma rede muito grande, 90% é ensino fundamental. Fizemos com muito êxito. Outro dia um padre disse que eu era o candidato dele porque a mãe dele falou que eu fui bom para os professores. Há quanto tempo não tem concurso? Se você fizer as coisas certinhas, desde o primeiro instante, você tende a chegar a um destino certo.

Desmilitarização da Polícia Militar
Sou contra. Acho que deve haver as polícias Militar e Civil integradas, sem fazer as mesmas coisas, como é hoje. A PM cumpre a tarefa mais repressiva, e a outra faz a parte do inquérito. Em Minas, estamos precisando demais aumentar o contingente policial. Minas alcançou o dado vergonhoso de ter o maior índice de criminalidade do Brasil, passou Alagoas. A repressão tem que ser por meio da polícia, tem outras medidas de prevenção, como a educação, mas não podemos permitir esses dados. Os empreendedores estão saindo de Minas como medo dos altos índices de criminalidade. Certamente aumentar o efetivo é uma das maiores necessidades de Minas; na área de educação e segurança, você não pode pensar em reduzir porque você demanda mais gente para fazer melhor.

Hospitais regionais
Não vou fazer o que os últimos governos fizeram: começar obras sem ter orçamento direito. Tem hospital aí há 10 anos em construção, faz um pedacinho e para, começa de novo. Isso aí é jogar dinheiro fora. Vou construir hospital com recurso programado. Em Juiz de Fora tem um, de vez em quando eles fazem mais um pedacinho. A rede hospitalar de Minas não é ruim, de maneira geral temos um atendimento razoável. O que temos de criar são condições para que as pessoas não precisem chegar ao hospital por qualquer coisa. Em Juiz de For a, colocamos médicos nos bairros para visitar as pessoas. Elas não precisavam ficar se deslocando para buscar atendimento, que muitas vezes não encontravam.

Atendimento médico no interior

Em Juiz de Fora, se você chegar no Centro, só tem veículos de cidades vizinhas trazendo gente para consultar lá. Posso dizer que, se a rede hospitalar da cidade fosse para atender a população de lá, teria atendimento de primeiro mundo. Toda cidade que tem uma rede razoável é sobrecarregada. Em cidades médias, de microrregiões, é preciso ter um atendimento médico razoável. Não precisa ser um grande de hospital como vemos na capital, mas uma unidade com alguns leitos, bem instrumentalizados e com profissionais competentes, resolveriam o problema da região. Isso pode ser feito com parceria entre União, estados e município.

Metrô de  Belo Horizonte
A história está amarrada por causa do tira-teima entre os governos estadual e federal. Fica um dizendo que é do outro, e ninguém faz nada. No próximo período, a presidente será a Marina (Silva, PSB), e o governador será Tarcísio. Então, por isso poderemos atacar obras como essa de maneira muito mais coerente, seremos parceiros, contribuindo um com o outro. Metrô é uma obra muito cara e você não pode ficar iludindo o povo. Tem que fazer. O metrô de BH é um déficit violento do poder público que precisa ser recuperado. É só terem uma posição republicana, que nós não temos tido. Ficam fazendo fofoquinha um contra o outro, ao invés de resolver. Se tiver uma relação republicana, não tem problema. O metrô de Belo Horizonte não é nem do governador nem do presidente da República. É do povo de BH.

Governo itinerante
O que nós temos que fazer é acertar a administração em três pilares: eficiência, austeridade e participação comunitária. Tenho dito e posso dizer, porque 30 meses de administração em Juiz de Fora, eu não falhei um domingo sem visitar um bairro da cidade. Se eu for eleito, vou abrir a porta do Palácio, vou sair para as ruas. Vou fazer uma administração itinerante, ficar 10 dias em Montes Claros, 10 dias em Pouso Alegre, 10 dias em Juiz de Fora, 10 dias em Uberlândia. E com essas microrregiões discutir quais são seus problemas principais. Eles é que vão estabelecer qual é a prioridade.


Assista à entrevista:

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)