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Estado de Minas

Renata Campos faz primeiro discurso após tragédia e afirma que fará campanha 'por dois'

A forma como a participação da viúva de Eduardo Campos ocorrerá, porém, ainda é uma incógnita


postado em 19/08/2014 06:00 / atualizado em 19/08/2014 07:20

Júlia Schiaffarino


Renata, que completou ontem 47 anos e falou ao lado dos filhos, é um dos nomes cotados para vice de Marina(foto: Fernando Frazao/Agencia Brasil)
Renata, que completou ontem 47 anos e falou ao lado dos filhos, é um dos nomes cotados para vice de Marina (foto: Fernando Frazao/Agencia Brasil)

Recife – O aguardado discurso da viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Renata Campos, durante o encontro do PSB, ontem, deixou claro que ela se manterá firme dentro projeto eleitoral do partido. “Como participei a vida toda de campanhas, não será diferente nesta. Pelo contrário, tenho a sensação de que tenho que participar por dois”, disse para os militantes presentes. Foi a primeira vez que ela falou após a tragédia. A forma como essa participação ocorrerá, porém, ainda é uma incógnita. Enquanto um grupo trabalha para fazê-la candidata a vice, outros preferem mantê-la em uma das coordenações, preferencialmente a estadual.


Renata Campos, que completou 47 anos ontem, foi aguardada com ansiedade pelos socialistas durante toda a manhã. Chegou cercada pelos filhos e, à espera dela, um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas. Não falou com a imprensa, nem na entrada nem na saída. O discurso durou menos de três minutos. De um celular, amparada pelos filhos, leu a mensagem que pode ser traduzida como uma injeção de ânimo para a campanha de Paulo Câmara e reafirmação do nome dele na disputa pelo governo do estado, desfazendo especulações de que haveria alteração de chapa.


“A gente (ela e Eduardo) pensava: Precisamos consolidar essa vitória. Acho que só depende de nós! Estou aqui com Duda, João, Pedro, José e Miguel para dizer: Paulo (Câmara), Raul (Henry) e Fernando (Bezerra), contem com a gente”, prontificou-se. O nome de Marina Silva, que deve assumir a cabeça de chapa do PSB para a corrida presidencial, não foi citado nenhuma vez, bem como nada se falou sobre a disputa nacional. No início do evento, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), havia anunciado que a reunião seria restrita ao cenário local.


Em contrapartida, a imagem de Paulo Câmara como “o candidato” de Eduardo tratou de ser reforçada. Algumas faixas com fotos dos dois foram espalhadas pelo local. Nos discursos, a ênfase em “se fazer a vontade de Eduardo”. “Ele foi escolhido por Eduardo e não foi escolhido por acaso”, falou o candidato a vice, Raul Henry. Renata Campos também puxou o coro para manutenção da memória do marido durante a campanha. “Pode parecer que o nosso maior guerreiro não está na luta, mas os seus sonhos estarão sempre vivos em nós.” Durante sua fala, era possível ouvir gritos de “Renata, guerreira do povo brasileiro” por parte do público presente.


O encontro de ontem estava na agenda do presidenciável Eduardo Campos há pelo menos 10 dias. Ele viria a Pernambuco para o aniversário da mulher, que seria comemorado durante a noite. “Ele pediu para marcar esta reunião. Depois da tragédia, ele Sileno (Guedes, presidente do PSB de Pernambuco), me perguntou: ‘E agora?’, e eu disse: “Mantenha tudo como estava”, comentou Renata ainda durante o discurso. Os presentes cantaram parabéns para ela por duas vezes. Na parte de trás, um bolo de três andares estava preparado, mas não chegou a ser cortado.

MAIOR LIDERANÇA Ainda ontem à tarde, dirigentes do PSB iriam à casa de Renata conversar a respeito da escolha do vice-presidente que vai compor a chapa ao lado de Marina. O nome mais cotado, até o momento, é do deputado Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, mas o partido quer o aval da viúva de Eduardo Campos para bater o martelo. Mais cedo, no mesmo evento, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, havia classificado a mulher de Eduardo Campos, Renata, como a maior liderança do partido. “Depois de Miguel Arraes e Eduardo Campos, a maior liderança do partido é Renata”, afirmou, na abertura do encontro.


Segundo integrantes da cúpula do PSB, três opções são consideradas. A primeira, mas tida como menos provável, é que Renata chame para si a missão de compor a chapa. Apesar de ter se tornado objeto de especulações em São Paulo, há algumas dificuldades. A primeira é o fato de Renata ser auditora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. É preciso estar licenciada do cargo três meses antes das eleições para poder entrar na disputa. Além disso, avalia-se que, apesar de ela ser filiada ao PSB há anos e com forte discernimento político, sua atenção está voltada para os cinco filhos, um deles com menos de 7 meses. Na segunda hipótese, Renata pode indicar a preferência por algum nome que, mesmo não estando entre aqueles defendidos pela cúpula do partido, ganhará força. A terceira possibilidade é que Renata abdique de influenciar a escolha.

APOIO O nanico PPL é o primeiro partido a oficializar o apoio à candidatura de Marina Silva (PSB) à Presidência da República. A executiva do partido se reuniu ontem, em São Paulo, para tomar a decisão. A coligação que apoiava Eduardo Campos é composta de seis partidos, sendo quatro nanicos (PSB, PPS, PPL, PRP, PSL e PHS). A legislação eleitoral estabelece que a substituição do candidato só se dará pela aprovação da maioria da coligação – no caso de Marina, pelo menos quatro dos seis partidos.  (Com agências)

 

 

Íntegra do discurso de Renata Campos

 

“Acho que devem estar pensando: Renata aqui hoje. Eu estava, como estive em tantos momentos ao lado de Dudu, quando ele pediu para marcar esta reunião. Depois da tragédia, ele Sileno (Guedes) me perguntou: ‘E agora?’ e eu disse: Mantenha tudo como estava! Como participei a vida toda de campanhas, não será diferente desta. Pelo contrário, tenho a sensação de que tenho que participar por dois. E aí vim porque sei da vontade dele e da importância que tem esse trio. A gente comentava sempre, depois de todos esses anos, de todo o trabalho, sabendo que muita coisa ainda precisa ser feita, outras, consolidadas. A gente pensava: ‘Precisamos consolidar essa vitória. Acho que só depende de nós’. Estou aqui com Duda, João, Pedro, José e Miguel para dizer: Paulo (Câmara), Raul (Henry) e Fernando (Bezerra), contem com a gente. Pode parecer que o nosso maior guerreiro não está na luta, mas os seus sonhos estarão sempre vivos em nós. Fica tranquilo, Dudu, teremos a sua coragem para mudar o Brasil. Não desistiremos do Brasil, é aqui que cuidaremos dos nossos filhos.”

 

 

 


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