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Estado de Minas

Anúncio de obras na BR-381 é marcado por troca de farpas entre governo e oposição

Presidente Dilma assina ordem de serviço para começo dos trabalhos na BR-381 criticando os tucanos por não terem feito a duplicação durante o período em que estiveram na Presidência


postado em 13/05/2014 06:00 / atualizado em 13/05/2014 07:41

Ipatinga – A presidente Dilma Rousseff (PT) subiu o tom durante a assinatura de ordens de serviço para a duplicação da BR-381 nessa segunda-feira em Ipatinga, no Vale do Aço. Em menção direta aos tucanos, desafiou os adversários a explicarem os motivos pelos quais não iniciaram a obra no período em que governaram o país. “Aqueles que criticam qualquer atraso vão ter que responder por que nos oito anos em que estiveram à frente do país não fizeram essa rodovia”, afirmou. O PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, governou o Brasil de 1995 a 2002.

O governo federal assinou as ordens de serviço para cinco dos 11 lotes da obra, reivindicada há 30 anos. A intenção da presidente era iniciar a obra em novembro do ano passado. Dilma afirmou que vai acompanhar de perto a evolução do projeto. “Farei todo o esforço para controlar o ritmo das obras. Vou olhar o ritmo dos ministros e também o das empresas responsáveis”, afirmou. O investimento do governo federal
na duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, será de R$ 2,4 bilhões.

Segundo a presidente, o projeto poderia ter sido iniciado antes. O atraso ocorreu, conforme Dilma, porque o governo federal, que inicialmente trabalhou com a hipótese de pôr a BR-381 entre as rodovias sob sistema de concessão, desistiu da ideia por causa do preço a ser cobrado pelo pedágio, que seria muito alto.

Os cinco lotes em que as obras já podem começar – em pelo menos um, a construção de túneis próximos a Antônio Dias, as máquinas já começaram a trabalhar – são os que ficam entre Governador Valadares e o acesso a Belo Oriente, desse ponto até o entroncamento para Jaguaraçu, e daí até o Ribeirão Prainha, além dos túneis de Antônio Dias. O outro lote vai do Rio Uma ate o entroncamento para Caeté. Nessa fase da obra, um total de 199, 9 quilômetros de um total de 303, serão gastos R$ 1.332 bilhão.

Segundo o governo federal, a duplicação da BR-381 contemplará toda a rodovia. No projeto inicial, parte do trecho, em um percurso de 90 quilômetros próximo a Governador Valadares, seriam realizadas apenas adequações da via. Ontem, no entanto, o governo voltou a afirmar que uma licitação específica para o trecho será realizada ainda este ano.

Dois lotes do projeto inicial da duplicação tiveram a licitação encerrada na sexta-feira. Outros dois, os mais próximos a Belo Horizonte, no entanto, a decisão foi adiada para dia 15, depois de negociações entre empreiteiras e o governo federal em pregão eletrônico iniciado na quinta-feira.

Subsídios

Em Ipatinga, Dilma, pela segunda vez em quatro dias, relembrou as declarações do seu provável rival da disputa pela reeleição, o senador Aécio Neves (PSDB), de que os subsídios dados pelo governo federal no Brasil seriam “exagerados”. “Se virem alguém fazendo essa crítica, ou querem acabar com programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, ou com o apoio à indústria e à agricultura”, afirmou. “Só aqui em Minas deixariam de ser construídas 195 mil moradias que já estão prontas”, acrescentou.

A presidente, que teve ao seu lado o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Fernando Pimentel, pré-candidato ao governo de Minas, reclamou do tratamento dado pelo governo do estado às obras do Anel Rodoviário de Belo Horizonte. “Fizemos uma proposta. Vocês façam sua parte e nós pagamos. Nós faremos a nossa parte e também pagamos. Enfim, nós pagamos o Anel Rodoviário inteiro. Então, eu tenho escutado que tem gente falando que a obra está atrasada. Se está, sugiro que se cobre do governo de Minas também, e não do governo federal somente. Porque na hora de fazer o acordo e passar o dinheiro, todo mundo quer. Mas na hora de cobrar, só nós somos cobrados”, afirmou. “Ate entendo o atraso, porque eles não tinham projeto. Agora, o correto é o correto. Se a gente falar uma coisa, a gente assume”.

Contra-ataque

O governo de Minas afirmou nessa segunda-feira, em nota, que a obra do Anel Rodoviário continua sendo de responsabilidade do governo federal e criticou o Dnit pela demora na liberação do Termo de Compromisso que vai transferir a responsabilidade da administração do trecho. “Como forma de tentar desemperrar a execução desta importante obra para a capital mineira, que foi prometida pelo governo federal desde 2003, o governo mineiro se ofereceu para elaborar o projeto de engenharia do empreendimento. O projeto foi concluído. No entanto, o Dnit, até o momento, não liberou o DER-MG para fazer a licitação da obra”, afirma a nota. Ainda segundo o governo estadual, ao contrário do que foi anunciado pela presidente Dilma em Ipatinga, o Planalto “não repassou ao governo de Minas nenhum centavo para a execução das obras do Anel Rodoviário, já que os recursos são liberados à medida que a obra vai sendo executada”.

Pacote viário

Na reta final de seu mandato, a presidente Dilma lançará 400 licitações para tentar tirar do papel 100 obras em todas as regiões do país. O plano do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prevê investimento de R$ 8 bilhões em estradas, duplicações, contornos, anéis rodoviários, pontes, viadutos e travessias urbanas. Serão mais de 6,4 mil quilômetros de obras, entre elas o anel rodoviário de BH e o Arco Sul da capital mineira, entre Betim e Nova Lima.

RODOVIA DA MORTE


Tucano diz que anúncio é enrolação

O presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, divulgou nota na noite dessa segunda-feira criticando o anúncio da duplicação da BR-381 feito pela presidente Dilma. O tucano afirma que a presença da petista no estado deixou um “rastro de decepção”, e que Dilma tenta “enrolar os mineiros” com o novo anúncio, que seria, segundo ele, motivado apenas por interesses eleitorais. No texto, o parlamentar critica também a demora para o início das obras no Anel Rodoviário e no metrô da capital, citando as obras como exemplo do descaso do Planalto com as demandas do estado.

“O compromisso de fazer a duplicação foi reiterado por Dilma em sua campanha de 2010, mas ficou só na promessa. Na verdade, se tudo der certo, a obra só ficará pronta no próximo governo, quem sabe lá para 2016 ou 2017. Em mais uma visita para enrolar os mineiros, a presidente da República deixou atrás de si um rastro de decepção sobre a BR 381”, diz a nota.

Os tucanos apontaram seis problemas para a obra, entre eles o trecho entre Governador Valadares e Belo Oriente, em que a duplicação não está prevista no projeto inicial, e a demora para o início das obras nos trechos em que os índices de acidente são os mais altos da rodovia. “Durante 10 anos, o governo do PT prometeu a BR-381. Agora, às vésperas de uma eleição, a presidente ensaia um factóide e finge que está iniciando a duplicação da estrada, o que não é verdade. Depois de 12 anos de governo do PT nenhum quilômetro da via terá sido duplicado”, criticou Pestana.

O presidente estadual do PT, deputado Odair Cunha, rebateu a crítica do PSDB e afirmou que os tucanos tentaram tumultuar a cerimônia de ontem, distribuindo panfletos que criticavam o início das obras. “Contrariando o que diz o panfleto tucano, a assinatura da ordem de serviço garante o início imediato das intervenções federais que irão contemplar todos os 303 quilômetros de extensão da rodovia. Já há algumas semanas, os canteiros de obras vêm sendo montados ao longo da BR”, afirmou Cunha. (MF)


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