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Estado de Minas

Justiça recebe indícios de participação de Carone em ataque a veículo de promotor

Delegado repassa à Justiça indícios de participação de Carone em ataque a veículo de promotor. Ele está preso sob acusação de intimidar testemunhas de ação na qual é réu


postado em 23/01/2014 06:00 / atualizado em 23/01/2014 07:31

Para o delegado Guilherme Santos anotações sobre o carro de Garcia sugerem relação com o incêndio(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 22/1/14 )
Para o delegado Guilherme Santos anotações sobre o carro de Garcia sugerem relação com o incêndio (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 22/1/14 )
A Polícia Civil entregou nessa quarta-feira à 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) o que considera indícios de participação do proprietário do Novojornal, Marco Aurélio Flores Carone, no incêndio do carro do promotor André Luiz Garcia, ocorrido há  um mês. Carone foi preso na segunda-feira por decisão da juíza substituta da Segunda Vara Criminal, Maria Isabel Fleck, a pedido do promotor Garcia. Porém, o motivo da prisão não foi o incêndio do carro, mas a acusação de que o detido intimidava testemunhas – em processo no qual é réu – com publicações de denúncias em seu site.

A Polícia Civil convocou uma entrevista coletiva na tarde de ontem, e, além de anunciar a entrega dos documentos à Justiça, o delegado Guilherme da Costa Oliveira Santos, da 4ª Delegacia de Investigação de Falsificação, Sonegação Fiscal e Crimes contra a Administração Pública, repassou uma cópia para o Departamento de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil, que é responsável pela apuração do incêndio no carro do promotor.

 “Arrecadamos uma pasta com diversos documentos, manuscritos, cartões e uma agenda de telefones. Esses manuscritos, de acordo com o Ministério Público, seriam endereços do promotor, a placa do carro incendiado e de outros veículos dele, além de detalhes como a marca e cor, o que sugere uma possível relação com o inquérito que está sendo investigado pelo Deoesp”, detalhou o delegado. Ao ser questionado sobre a importância dos documentos, ele afirmou: “É mero indício. É mera sugestão”.

A reportagem questionou o Ministério Público se não há impedimento para o promotor Garcia investigar Carone ao mesmo tempo em que existe a suspeita da participação do proprietário do NovoJornal no incêndio de seu carro. O MP explicou, via assessoria de imprensa, que são duas situações diferentes, pois a investigação que culminou na prisão de Carone é anterior ao incêndio do veículo de Garcia. Além disso, o MP sustenta que o promotor não tem participação na apuração das causas do incêndio do seu automóvel.

Em 21 de dezembro, o vidro do carro de Garcia foi quebrado e partes do banco traseiro e do porta-malas foram queimadas . Ele trabalha na Promotoria de Combate ao Crime Organizado e teria recebido ameaças horas antes do incêndio. Em fevereiro de 2012, o promotor voltava de um culto religioso com a mulher quando o passageiro de uma moto atirou em seu carro. Ninguém se feriu. Na época, a suspeita recaiu sobre um irmão dele, que é advogado e havia sido preso dias antes, acusado de extorquir dinheiro de Garcia.

O advogado de Carone, Hernandes Purificação de Alecrim, disse que não teve acesso aos documentos e, por isso, não pode se posicionar sobre as suspeitas. Alecrim, entretanto, reclamou da administração do Ceresp da Gameleira, onde Carone está preso. Segundo ele, seu cliente não tomou os remédios indicados para os problemas de saúde que tem (diabetes e pressão alta) e teve que ser levado no fim da tarde de ontem para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Oeste.

HONRA Para o promotor Garcia, o Novojornal funciona como uma fachada para práticas de delitos contra a honra. Além disso, ele acusa Carone de integrar uma quadrilha comandada por Nilton Monteiro, que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Monteiro é considerado um lobista e especialista em falsificação de documentos, entre eles a Lista de Furnas, com nomes de políticos que teriam recebido recursos da empresa para a campanha eleitoral de 2002.

O Novojornal, que começou em versão impressa mas nos últimos anos é veiculado somente na internet, publicava denúncias constantes contra o grupo político que comanda Minas Gerais. Entre os alvos prediletos de Carone estão o senador Aécio Neves (PSDB), o secretário de governo Danilo de Castro (PSDB) e o ex-governador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB).

O promotor afirma que o Novojornal recebia cerca de R$ 60 mil por mês e que o objetivo da investigação é descobrir quem são os patrocinadores. Garcia oferecerá o benefício da delação premiada, caso ele entregue quem são os financiadores. A prisão preventiva pode durar até 90 dias. A denúncia do MP acusa Carone de sete crimes: falsificação de documentos públicos e particulares, fraude processual, denunciação caluniosa, uso de documentos falsos, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

SITE CONTINUA NO AR
A decisão da juíza substituta da 2ª Vara Criminal, Maria Isabel Fleck, que levou à prisão preventiva de Marco Aurélio Flores Carone também determinou a retirada do site  Novojornal do ar, mas a publicação ainda continua disponível e com a tarja “estamos censurados”. Segundo o delegado Guilherme da Costa Oliveira Santos, a situação ainda não foi resolvida porque a página está hospedada nos Estados Unidos desde 2008 e sua retirada depende de uma decisão da justiça norte-americana.


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