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Estado de Minas

Deputados federais de Pernambuco gastaram R$ 3,6 milhões em sete meses

Os R$ 3,6 milhões são referentes à cota de exercício para atividade parlamentar, o conhecido "cotão"


postado em 19/08/2013 09:28 / atualizado em 19/08/2013 09:32

Os números falam. Se a quantidade de algarismos diz muito sobre os quilômetros rodados de um carro, o mesmo se repete na prestação de contas de um parlamentar. Só este ano, os deputados federais de Pernambuco gastaram R$ 3,6 milhões referentes à cota de exercício para atividade parlamentar, o conhecido “cotão”. Desse valor, por exemplo, R$ 853,2 mil foram utilizados para locar veículos ou fretar embarcações. Um dinheiro que daria para comprar pelo menos 38 carros populares, de acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Cada parlamentar pernambucano tem direito a R$ 35.256,76 (o equivalente a 52 salários mínimos) por mês para usar com passagens aéreas, aluguel de automóveis, telefonia, manutenção de escritório, publicidade, alimentação, consultoria, entre outros. Se o recurso não for todo gasto em 30 dias, ele pode ser acumulado até o fim do ano para, eventualmente, ser devolvido aos cofres públicos. Mas as sobras são raras e só reforçam a imagem negativa das lideranças políticas. A maioria ainda é vista como descolada dos anseios de parte da sociedade.

Nos últimos sete meses, para se exemplificar, 10 dos 25 deputados federais passaram a impressão de que viveram mais dentro de um veículo do que no Congresso Nacional. A locação de carros ficou no topo dos gastos de Anderson Ferreira (PR), Fernando Ferro (PT), Silvio Costa (PTB), Wolney Queiroz (PDT), Roberto Teixeira (PP), Fernando Bezerra Filho (PSB), Sérgio Guerra (PSDB), Pastor Eurico (PSB), Mendonça Filho (DEM) e até mesmo de Severino Ninho (PSB), esse o mais assíduo na Câmara.

As curiosidades obtidas nos números, de janeiro a julho, revelam a prioridade de cada um. Os dados do “cotão”, apurados pelo Diario no site da Câmara dos Deputados, podem, às vezes, tirar o apetite. Num país onde o salário mínimo é R$ 678,00, o Pastor Eurico (PSB) gastou R$ 9,9 mil em sete meses com alimentação, uma média de R$ 1,4 mil por mês. “É preciso levar em conta que, no ano passado, devolvi mais de R$ 150 mil aos cofres públicos. A minha alimentação deu muito alta porque fiz muitas refeições no hotel (de Brasília)”, explicou o deputado. “Eu estou recebendo questionamentos sobre isso, mas não tenho nada a esconder”, disse, lembrando que “cada um economiza numa área e gasta mais em outra”.

A aplicação de recursos, que pode chegar a R$ 422,4 mil ao ano por parlamentar, é flexível. Há quem repita valores idênticos de um mês para outro em determinados itens, como Gonzaga Patriota (PSB), enquanto outros deixam para divulgar os gastos quase de uma vez só, a exemplo de Vilalba de Jesus (PR), que utilizou R$ 70 mil em um único mês para divulgar a atividade parlamentar - mais da metade da verba que usou. O “cotão” tem sido uma vantagem a mais. Até mesmo na hora que o parlamentar vai disputar a reeleição e prestar contas dos “quilômetros rodados”. Seja dentro de um automóvel ou nos corredores do Congresso.


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