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Estado de Minas

Corregedoria abre inquérito para apurar abuso de delegado que prendeu repórter do EM

Polícia Civil investiga conduta arbitrária do delegado Architon Zadra Filho ao utilizar instrumento do tempo da ditadura para prender repórter fotográfico do Estado de Minas


postado em 09/08/2013 06:00 / atualizado em 09/08/2013 06:47

O chefe da Policia Civil, Cylton Brandão, pretende tomar depoimento das testemunhas da prisão do jornalista na semana que vem (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O chefe da Policia Civil, Cylton Brandão, pretende tomar depoimento das testemunhas da prisão do jornalista na semana que vem (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A Corregedoria Geral de Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar a prisão do repórter fotográfico do Estado de Minas João Miranda, de 28 anos, que trabalhava na cobertura da ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, pelo delegado Architon Zadra Filho. O governador Antonio Anastasia (PSDB) ressaltou que a Polícia Civil de Minas tem se empenhado em apurar casos envolvendo violência contra jornalistas, como ocorreu com a prisão do principal suspeito das execuções, em Ipatinga, no Vale do Aço, do repórter Rodrigo Neto e do fotógrafo Walgney Carvalho.
 
“Tenho certeza que, diante de qualquer tipo de equívoco ou irregularidade, a corregedoria toma as medidas necessárias”, afirmou o tucano, referindo-se à apuração sobre a “prisão para averiguação” de Miranda. O instrumento extinto pela Constituição foi reeditado pelo delegado Zadra para deter o profissional que fotografava, da porta da Câmara, o trânsito de viaturas na Diretoria de Transportes da Polícia Civil, em Santa Efigênia. Ontem, o governador participou da solenidade de entrega de 200 viaturas (como as fotografadas), rabecões e motocicletas para a Polícia Civil, um investimento de R$ 12 milhões.

Durante a solenidade, o chefe da Polícia Civil de Minas, delegado Cylton Brandão, confirmou a instauração do inquérito pela Corregedoria para apurar a conduta do delegado Zadra. João Miranda conta que estava na porta da Câmara aguardando com a repórter Alessandra Mello o carro de reportagem para voltar à redação quando decidiu fotografar a intensa movimentação das viaturas. Enquanto se preparava para deixar o local, foi abordado pelo delegado, que se identificou como chefe da diretoria e o conduziu sob alegação de que ele estava em “área de segurança”.

Testemunhas

O delegado Cylton Brandão disse que, na semana que vem, vai tomar o depoimento das testemunhas do caso. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas cobrou providências do Ministério Público para apuração da conduta de Zadra. Segundo Miranda, ao ser abordado, ele explicou que era repórter fotográfico, prestando serviço ao Estado de Minas, o que não impediu que o policial o pegasse pelo braço e o empurrasse no peito, conduzindo-o até uma sala, onde ficou isolado, sem seus equipamentos de trabalho e sob a vigilância de outro integrante da Polícia Civil, por pelo menos 40 minutos. Zadra pediu apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) para registrar a ocorrência, mas acabou recuando e liberando Miranda, sem qualquer anotação oficial da detenção. Ao libertá-lo, o delegado alegou que tudo não passou de “mal-entendido” e que não tinha nada pessoal contra o repórter.

Ontem, durante a solenidade de entrega das viaturas, foi notada a ausência de Zadra, que se identificou aos jornalistas como diretor de transporte da Polícia Civil e que, anteontem, cuidava pessoalmente da preparação de algumas viaturas entregues ontem. Os veículos adquiridos devem ser encaminhados a 171 unidades policiais, em 135 municípios, incluindo a Região Metropolitana de Belo Horizonte.


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