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Estado de Minas

Três ex-prefeitos do interior de Minas respondem a mais de 100 ações na Justiça

PF indica colecionadores de processos na Justiça por improbidade administrativa e desvio de dinheiro


postado em 04/07/2013 06:00 / atualizado em 04/07/2013 07:34

Warmillon Braga e José Benedito Nunes foram presos pela PF, mas Luiz Tadeu Leite está em Miami(foto: Beto Novaes/ Jorge Gontijo/ Jair Amaral/EM/D.A Press)
Warmillon Braga e José Benedito Nunes foram presos pela PF, mas Luiz Tadeu Leite está em Miami (foto: Beto Novaes/ Jorge Gontijo/ Jair Amaral/EM/D.A Press)


O indiciamento de três ex-prefeitos do Norte de Minas, dois deles presos durante a Operação Violência Invisível, da Polícia Federal, desencadeada na última terça-feira (2), pode estancar a sangria nos cofres públicos municipais que perdura há décadas na região. Juntos, Luiz Tadeu Leite (PMDB), ex-prefeito de Montes Claros; Warmillon Braga (DEM), ex-prefeito de Pirapora e Lagoa dos Patos; e José Benedito Nunes Neto (PT), ex-prefeito de Janaúba, colecionam mais de uma centena de processos, a maioria absoluta deles por improbidade administrativa, com dano ao erário.

O campeão no ranking de ações é Warmillon, que, de acordo com levantamento do Ministério Público Estadual, tem cerca de 90 processos. Em seguida, vem Tadeu Leite, denunciado em 13 processos nas esferas estadual e federal da Justiça, sendo alguns deles ainda da década de 1990. José Benedito responde a apenas uma ação de improbidade, quando ocupava o cargo de vice-prefeito, em 2009.

Os sete presos durante a operação policial que apurou o desvio de mais de R$ 70 milhões em Minas e mais 10 estados entraram com pedido de habeas corpus, distribuído para a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas. Dos três ex-prefeitos, apenas Luiz Tadeu Leite permanece em liberdade. Ele é considerado foragido, de acordo com o delegado da Polícia Federal em Montes Claros Marcelo Eduardo Freitas. De acordo com a PF, o peemedebista está em Miami (EUA) e já foi localizado em um flat. Os federais aguardam apenas a intervenção do FBI para o cumprimento do mandado. O delegado informou que o nome dele foi incluído na lista da Interpol. Segundo a investigação, o desvio de recursos era promovido por meio da negociação fraudulenta de precatórios falsos, usados para compensação tributária de dívidas dos municípios com a União.

Bens

Tanto Tadeu Leite quanto Warmillon Braga têm parte dos seus bens bloqueados, em ações, para possível ressarcimento aos cofres públicos. Warmillon – que foi prefeito de Lagoa dos Patos por dois mandatos e de Pirapora por outros dois – já foi condenado por improbidade administrativa, em sentença do Tribunal de Justiça de Minas, em fevereiro. Ele terá que pagar o valor referente a 100 salários de prefeito à época, por ter tentado restringir a liberdade de expressão, com veiculação de notícias de interesse dele em uma emissora local.

Luiz Tadeu Leite é acusado de desviar mais de R$ 10 milhões dos cofres da Prefeitura de Montes Claros, durante os três mandatos em que foi prefeito. A última denúncia por improbidade administrativa, feita em duas ações apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF), o aponta como responsável pelo desvio de R$ 4,6 milhões, desde 2009, de recursos carimbados da área da saúde. Segundo o MPF, a União fazia o repasse de verba aos núcleos de apoio à Saúde da Família, que só existiam no papel. A prefeitura recebia R$ 20 mil mensais, por cada um dos cinco núcleos criados. No entanto, funcionários foram deslocados para outras áreas, sem que o governo federal fosse comunicado. Já José Benedito Nunes, de Janaúba, é acusado de desviar R$ 300 mil do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais, com ajuda do irmão, Anderson Nunes Silva, que ocupou o cargo de diretor financeiro do órgão.

Exonerado

O deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG) anunciou a exoneração do funcionário de confiança Marcos Vinícios da Silva, lotado em seu gabinete na Câmara dos Deputados, desde 2010, com salário de R$ 3 mil. Ele é o único foragido da primeira fase da Operação Violência Invisível, da Polícia Federal. Marcos Vinícios presidia o PDT de Araçuaí, uma das cidades investigadas pela operação, e coordenou a campanha do deputado na última eleição, quando ele disputou pelo PDT. 


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