Brasília – Para conquistar espaço Brasil afora e se consolidar como nome forte para a eleição do ano que vem, cada um dos quatro presidenciáveis enfrentará diferentes desafios. A presidente Dilma Rousseff (PT), que no último pleito conseguiu votação expressiva no Norte e no Nordeste, precisa ampliar sua base nos estados do Sul, onde perdeu o primeiro turno em 2010. Terá ainda que brigar para manter os votos conquistados em Pernambuco e em Minas Gerais, já que as principais figuras políticas desses estados devem se lançar na disputa. A ex-senadora Marina Silva (Rede) tem seguidores fiéis em grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e Brasília, mas ainda enfrenta o ostracismo no interior do país. O governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), nome conhecido no Nordeste, terá que fazer caravanas para divulgar seus feitos pelo Centro-Sul. No rumo contrário, o senador tucano Aécio Neves (MG) precisará vencer resistências no Norte e no Nordeste para poder sonhar com o Palácio do Planalto.
A Região Sul foi a única onde Dilma Rousseff perdeu em todos os estados no primeiro turno de 2010. Ela ficou atrás de José Serra tanto no Paraná quanto em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Entre as 10 cidades com mais de 200 mil habitantes onde a presidente teve pior desempenho, sete ficam no Sul. Em Londrina, no Paraná, por exemplo, ela conseguiu somente 24,46% dos votos válidos, seu pior resultado no Brasil entre as grandes cidades.
O presidente do PT em Santa Catarina, José Fritsch, reconhece o resultado pífio em 2010, mas diz estar otimista quanto a mudanças no cenário para o ano que vem. "Uma eleição sempre é diferente da outra. Em 2010, a oposição conseguiu incutir nos eleitores um preconceito, pelo fato de a Dilma ser mulher. Mas hoje a situação é outra, ela já consolidou com sucesso seu modo de governar", avalia. No ano passado, o partido conseguiu colocar aliados nas prefeituras das principais capitais do Sul, mas perdeu espaço em cidades importantes, como Joinville. Fritsch acredita que a influência do PSDB está reduzida na região. "Somos o segundo partido que mais cresceu eleitoralmente em Santa Catarina na eleição passada. As perspectivas para a presidente Dilma no ano que vem são boas", conclui o presidente regional do partido.