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Estado de Minas

Em Pedro Leopoldo, ponte está "quase" concluída há quatro anos

, mas não pode ser usada porque casas da vizinhança não foram desapropriadas


postado em 24/02/2013 00:12 / atualizado em 24/02/2013 11:44

Daniel Camargos e Simone Lima

 

Em Itaúna, no Centro-Oeste do estado, a ponte que daria novo acesso à cidade está fechada há dois anos por falta de uma cancela eletrônica(foto: Nando Oliveira/EM DA Press)
Em Itaúna, no Centro-Oeste do estado, a ponte que daria novo acesso à cidade está fechada há dois anos por falta de uma cancela eletrônica (foto: Nando Oliveira/EM DA Press)
O aposentado Ernandes Júlio de Freitas tem uma vista inusitada do terraço de sua casa, no Bairro Olaria, em Pedro Leopoldo. Enquanto assa uma carne na churrasqueira, ele vê a imagem de uma ponte como se ela estivesse avançando sobre sua residência. Para que a construção faça algum sentido no futuro, várias casas, incluindo a dele, precisam ser demolidas. Assim, darão lugar a uma avenida, que, em tese, seria ligada à ponte e passaria a ser chamada de Perimetral, criando uma alternativa para o trânsito entre o Centro da cidade e Bairro Santo Antônio. Porém, o poder público primeiro ergueu a ponte e só depois se preocupou em desapropriar as famílias que vivem na vizinhança. A retirada dos moradores não deu certo e foi parar na Justiça. Resultado: a ponte está inacabada há quatro anos. “Quem constrói não quer sair, mas se a indenização for dentro da conformidade não há o que fazer”, resigna-se Ernandes.

Envie fotos e relatos de obras inacabadas em sua cidade para o e-mail politica.mg@diariosassociados.com.br

Se depender da atual administração municipal, Ernandes não precisa ter pressa. De acordo com o secretário de Obras Diogo da Cunha Tavares, a prefeitura ainda vai procurar saber qual a situação e avaliar se o projeto é viável. “O prefeito anterior queria fazer a Avenida Perimetral para ser uma segunda saída da cidade, mas ele não desapropriou os terrenos que dariam acesso à avenida”, explica. A administração atual tomou posse em janeiro, mas o secretário afirma que ainda “precisa pegar os projetos e ver a viabilidade”.

A obra, que teve início em 2008, custou R$ 1,2 milhão – dinheiro que poderia ter sido usado em outras benfeitorias públicas, como na construção e reforma de escolas. A ponte tem um de seus lados sem ligação e há um buraco entre a construção e o matagal que beira o muro da casa de Ernandes. Na outra extremidade, mais matagal e o pedaço construído da Avenida Perimetral. Ao lado, um pontilhão da linha ferroviária, que serve de passagem para pedestres.

Trem Em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, uma situação parecida. A população comemorou em 2003 o início da construção de uma ponte na Avenida Jove Soares, que seria um novo acesso para a cidade. O trajeto aberto com o fechamento do canal que cortava a avenida passa pela linha férrea. Em 2011, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que administra a linha, comunicou à Prefeitura que seria necessário instalar no local uma cancela eletrônica. Em vez disso, a prefeitura colocou uma cancela comum, que necessita de um funcionário para coordenar o tráfego. Enquanto a situação não é regularizada, a ferrovia não libera o trânsito no trecho e o investimento de quase R$ 1,3 milhão transformou-se em mais uma obra sem utilidade.

A principal entrada do município, para quem trafega pela MG-050, continua sendo a Rua Silva Jardim. O problema é que, pouco antes de chegar ao Centro, a via passa por um cruzamento da linha férrea. São pelo menos quatro acessos, de mão dupla, que se cruzam e causam um verdadeiro caos no trânsito, especialmente nos horários de pico.

O projeto da ponte foi feito durante o último mandato de Osmando Pereira (PSDB), que em janeiro assumiu a prefeitura pela quarta vez. O sucessor dele, Eugênio Pinto (sem partido) – que ficou à frente do executivo municipal por 8 anos –, concluiu a obra em dezembro de 2012. A construção da ponte envolveu o fechamento do canal da Avenida Jove Soares e prevê ainda a construção de duas rotatórias, que nem começaram a ser feitas.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente de Itaúna, Carla Pimentel, a prefeitura entrou em contato com a empresa responsável pela obra, que terá prazo de 90 dias para trocar a cancela. “Eles tem até março para resolver essa situação, mas verbalmente, a empresa se comprometeu a entregar a ponte em março. Sabemos que o trânsito na principal entrada da cidade é realmente tumultuado e entendemos a importância dessa obra para Itaúna”, afirma Carla.

A assessoria da FCA informou que em 2009 foi firmado convênio entre a empresa e a prefeitura, na qual ficou estabelecida a responsabilidade do município de instalar e operar cancelas automatizadas nas passagens em nível da Rua Silva Jardim e da Avenida Jove Soares. Ela informou ainda que a ferrovia tem mantido diálogo com a atual administração “no sentido de orientá-la na finalização dos ajustes técnicos necessários para que as passagens em nível sejam liberadas com segurança ao tráfego de pessoas e veículos”.


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