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Estado de Minas

Marcio Lacerda vira refém de partidos nanicos na Câmara de BH

Partidos nanicos ajudam a colocar a faca no pescoço do prefeito Lacerda, que não pode atendê-los sem correr o risco de aumentar as arestas com seu grande padrinho, o PSDB


postado em 06/01/2013 00:12 / atualizado em 06/01/2013 11:21

Vai custar caro ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), conseguir reconquistar os vereadores que o apoiaram na reeleição. Criticado pela falta de articulação política, o socialista foi derrotado na disputa da Presidência da Câmara Municipal, com a participação de representantes de partidos que fizeram cadeiras pela mesma coligação que o elegeu. Se antes a cobrança sobre o Executivo era grande, a partir de agora o prefeito está mais do que nunca nas mãos das legendas. Com a corda no pescoço, Lacerda saiu de cena e optou pelo silêncio. Nos bastidores, a informação é de que há um balcão de negócios radical na Câmara. O recado dos parlamentares foi dado ao prefeito: para conseguir aprovar projetos, ele vai ter que distribuir cargos no primeiro e segundo escalão.

Um dos políticos com grande poder de barganha com o prefeito é o deputado federal Luiz Tibé (PTdoB), que tem oito vereadores nas mãos. Mesmo não sendo um grupo formado por uma única sigla (inclui o PTdoB, PSL, PRP e PSC), é maior do que as bancadas do PSB e do PT, com seis vereadores cada. Tibé quer que um de seus correligionários fique com a Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), mas suas pretensões são grandes: quer a empresa de porteira fechada, com todos os cargos. O que desperta o interesse do deputado é um investimento de R$ 300 milhões planejado para este ano.

Outra exigência de Tibé é a Secretaria de Desenvolvimento, pasta com orçamento de R$ 17,5 milhões, que recebe recursos do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, comandada por Fernando Pimentel (PT), ex-prefeito de Belo Horizonte e padrinho da primeira candidatura de Lacerda. Porém, o interesse do deputado abriga um aspecto curioso: ele é amigo pessoal do deputado federal Miguel Corrêa Jr. (PT), que também iniciou a carreira política apadrinhado por Pimentel.

Se o prefeito não acatar os pedidos de Tibé, ele corre o risco de perder definitivamente o apoio de uma grande bancada, o que poderia minar a governabilidade. Além de ter nas mãos os quatro vereadores do PTdoB, Tibé tem forte influência sobre os vereadores do PRP, partido que o pai dele, Tibelindo Soares Resende, preside nacionalmente. O controle dele abrange ainda o PSL, do vereador Gunda, e o PSC – dirigido pelo deputado estadual Anselmo José Domingos, a quem Tibé doou R$ 230 mil na última campanha. O deputado federal nega ter pedido cargos e avisa que quer conversar com o prefeito para participar do governo. "Ser contra o governo é ser contra a cidade”, alegou.

Na encruzilhada

O prefeito está entre a cruz de Tibé e a espada dos tucanos. Caso aceite as demandas do PTdoB, pode aumentar as arestas com o PSDB, expostas durante o processo da eleição da Mesa Diretora da Câmara. A Prodabel também é o objeto de desejo dos tucanos, principalmente do deputado federal Eduardo Azeredo, que indicou José Henrique Portugal ao cargo. Azeredo tem afinidade com a área. Começou a carreira como diretor-presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais (Prodemge), presidiu associações de empresas do setor e chegou a ser presidente da Prodabel antes de assumir a PBH. Depois, foi presidente do Serpro. Portugal é nome de confiança de Azeredo. Trabalhou na Prodabel quando ele era prefeito, seguiu os passos do tucano no governo do estado e também foi diretor do Serpro.


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