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Estado de Minas

Ex-deputado paulista acusado de improbidade e corrupção consegue vaga na Câmara de Betim

Marcos Abramo foi acusado de participar da Máfia dos Sanguessugas. Ele mudou de nome e conseguiu vaga na Câmara de cidade da Grande BH


postado em 12/10/2012 06:00 / atualizado em 12/10/2012 07:12

A Câmara Municipal de Betim receberá o vereador Marcos Roberto (no detalhe), que já foi Marcos Abramo quando era deputado federal(foto: Moisés Silva/EM/D.A Press - 13/0/12)
A Câmara Municipal de Betim receberá o vereador Marcos Roberto (no detalhe), que já foi Marcos Abramo quando era deputado federal (foto: Moisés Silva/EM/D.A Press - 13/0/12)

Marcos Abramo, Marcos Abrão e agora Marcos Roberto. Foi com esse último nome que um dos acusados de participar do esquema conhecido como Máfia dos Sanguessugas se elegeu vereador em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com 2,3 mil votos, desta vez pelo PRB. Antes de tentar a vida em solo mineiro, ele foi eleito deputado federal por São Paulo, em 2002, pelo extinto PFL, atual DEM. Só que com outro nome. Pastor, Marcos Abramo, como era conhecido na Câmara, fazia parte da chamada bancada evangélica. Apesar da votação expressiva que teve em 2002, 1.016 votos, ele não se aventurou a um segundo mandato de deputado federal, depois de ter sido incluído na lista de parlamentares envolvidos com o escândalo dos sanguessugas.

Segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito da Ambulância, nome oficial da CPI que apurou o envolvimento de prefeitos, deputados e empresários nas fraudes para compra de ambulâncias, o então deputado cobrava 10% de propina para indicar as emendas que seriam utilizadas na compra superfaturada das unidades de saúde. Em depoimento, o empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa que articulava as fraudes, também confirmou a à Justiça Federal de Mato Grosso o envolvimento de Marcos Abramo nas fraudes. Ele disse ainda que as emendas do então deputado beneficiaram duas entidades assistenciais em São Paulo, uma delas ligada a igreja onde ele era pastor, e também a Prefeitura de Poá (SP), no interior do estado. O próprio parlamentar, segundo o empresário, era o responsável por acertar os detalhes das fraudes das licitações. Luiz Antônio Vedoin acrescentou ter pago cerca de R$ 54 mil em espécie diretamente a Marcos Abramo.

Depois de ser pivô desse escandâlo, Abramo chegou a tentar uma vaga de deputado estadual em São Paulo, pelo PP, mas desistiu no meio da campanha. Dois anos depois, decidiu voltar à vida política e foi tentar a sorte em terras capixabas. Disputou uma vaga de vereador, já no PRB, na Câmara Municipal de Vitória (ES). Deixou de lado seu sobrenome de batismo, Abramo, e usou nas urnas o nome de Marcos Abrão. Devidamente renomeado, teve pouco mais de 1.500 votos, número insuficiente para conquistar uma das quinze vagas de vereador em Vitória.

Eis que em 2012 o pastor, revgistrado no cartório como Marcos Roberto Abramo, nascido em São Paulo, aparece em terras mineiras e consegue se eleger vereador em Betim, na coligação formada pelo PT, PRB e PMDB. A reportagem não conseguiu falar com o vereador eleito. O presidente do PRB de Betim, César Mota, não quis comentar a eleição do forasteiro nem passar um contato de Marcos Roberto, como ele será conhecido na Câmara Municipal a partir do ano que vem.

Processos Marcos Roberto, ou Marcos Abramo, é processado na Justiça Federal de São Paulo, acusado de improbidade e corrupção por envolvimento no caso das ambulâncias. O processo tramita a passos lentos e chegou a ser enviado para ser analisado em Brasília sob o argumento de que as fraudes ocorreram lá, apesar de todos os beneficiados pelas emendas do então deputado serem localizados em terras paulistas. O Ministério Público de São Paulo conseguiu suspender temporariamente a sentença e o processo tramita na capital em fase ainda inicial. Até que seja concluído, o novo vereador pode ter tempo de arrumar outro nome e, quem sabe, um novo mandato.

Vereadores presos no Sul de Minas

Os vereadores Wagner Fernandes Mendes, João Batista Resende e Clarismon Inácio, da Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí, Sul de Minas , foram presos ontem, suspeitos de corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha ou bando. As prisões foram feitas pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público de Minas Gerais. Os empresários Carlos Henrique Moreira e Evandro Pivoto também foram presos. A suspeita é de que os vereadores receberam propina de donos de imobiliárias para não aprovar o Plano Diretor, que continha cláusulas prejudiciais aos interesses do setor. Nenhum deles foi reeleito.


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