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Estado de Minas

Pacto para sepultar a CPI do Cachoeira


postado em 04/07/2012 06:00 / atualizado em 04/07/2012 06:42

Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira perdeu mais um dia de trabalho e ontem deu um passo definitivo para romper o recesso parlamentar, de 17 de julho a 1º de agosto, em estado agonizante. Por diferentes razões, os quatro convidados a prestar depoimento não foram ouvidos. A sessão aberta acabou sem resultados e deu lugar a uma reunião privada, em que PT e PSDB começaram a tentar acertar o passo rumo a um armistício para a investigação não chegar a lugar algum.

Parlamentares presentes ao encontro, no gabinete do presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), relataram momentos de defesa partidária explícita e trocas de afagos entre integrantes da oposição e da base aliada. Quando a conversa chegou à possibilidade de convocação do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), alertou os colegas sobre o risco que ambos representam. "Se eles vierem, esta CPI, em ano eleitoral, vai virar um tiroteio entre os partidos".

Segundo um senador, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) deixou a reunião para conversar reservadamente com o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), e deixou claro qual seu papel na comissão, com uma frase: "Sou um homem do partido, estou aqui para defender os interesses do meu partido". Vaccarezza também avisou aos tucanos que a atuação incisiva do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), principalmente quando há depoimentos de petistas na comissão, "poderia expor o próprio PSDB", em tom de ameaça.

A convergência de interesses se explica: enquanto os tucanos já contabilizam as perdas provocadas pelas denúncias contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a crise volta a bater à porta dos petistas nos últimos dias. O prefeito de Palmas, Raúl Filho (PT-TO), foi flagrado em um vídeo oferecendo facilidades à organização criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em troca de financiamento de campanha.

A estratégia petista havia sido acertada na noite anterior, na casa do líder da legenda na Câmara, Jilmar Tatto (PT-SP). Senadores e deputados da base aliada reafirmaram no encontro o compromisso de trabalhar arduamente para impedir a ida de Cavendish e Pagot à comissão. Os dois são ameaça concreta ao Palácio do Planalto. A construtora Delta, que teria Cachoeira como sócio oculto, mantém diversos contratos com o governo federal, enquanto Pagot afirma que a pressão exercida pela quadrilha comandada pelo bicheiro o forçou a deixar o cargo no Dnit.

A reunião no gabinete do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), inicialmente, tinha o objetivo discutir alterações em alguns ritos adotados pela CPI até então. Entre eles, o de liberar testemunhas que não forem prestar esclarecimentos quando convocadas, direito garantido na Constituição. Alguns integrantes da CPI defendem que ela permaneça na sala enquanto houver parlamentares dispostos a fazer perguntas, mesmo sabendo que, em casos como este, o depoente costuma respondê-las todas da mesma forma: "Reservo-me o direito de ficar em silêncio". Nada ficou acertado. Todas as pendências, inclusive convocações, serão votadas na reunião administrativa, marcada para amanhã. (Colaborou Larissa Leite)

 


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