Brasília – Preso desde 29 de fevereiro sob a suspeita de comandar um esquema de exploração de jogos ilegais e de fraudes em licitações, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está sob efeito de medicamentos psiquiátricos. De acordo com a advogada do bicheiro, Dora Cavalcanti, ele foi atendido ontem por um psiquiatra, que receitou a medicação. Dora não descartou a possibilidade de a suposta doença psiquiátrica servir de argumento para um novo pedido de liberdade, mas, por ora, nada está decidido: “Ainda não sei. Deixe eu tentar entender bem essa situação primeiro”, disse a advogada.
De acordo com Dora, o bicheiro enfrenta problemas de saúde. “O estado dele foi se agravando ao longo do tempo. As outras pessoas foram sendo soltas e a angústia dele aumentou”, disse Dora, referindo-se às recentes decisões judiciais que garantiram a soltura da maioria dos suspeitos que haviam sido presos durante as operações Monte Carlo e Saint-Michel. Na quinta-feira, Cachoeira sofreu dupla derrota, na Justiça federal e na estadual, em decisões contra a concessão de habeas corpus ao bicheiro.
A Polícia Federal não deu detalhes do episódio na Papuda. Informou apenas que o bicheiro foi levado para a superintendência da corporação, onde prestou esclarecimentos por mais de uma hora. Ele poderá responder por desacato, cuja pena varia de seis meses a dois anos de prisão.