A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aprovou na tarde desta quarta-feira a convocação de dois governadores para prestar esclarecimentos sobre o possível envolvimento com o contraventor, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Por unanimidade os parlamentares decidiram que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) deve ser sabatinado. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recebeu 16 manifestações favoráveis e 12 contrárias. Já o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) escapou de ser convocado, com 17 votos “não” e 11 votos “sim”.
Pouco antes, a comissão rejeitou, por 18 votos a nove, recurso da oposição para tentar votar em conjunto a convocação dos três governadores. O PSDB tentou, sem sucesso, fazer uma votação única com o argumento de que todos são chefes de Executivo estadual.
Nessa terça-feira, Marconi Perillo foi ao senado se oferecer para depor na Comissão. Perillo é citado em escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal que teriam como personagens integrantes do esquema de Cachoeira, suspeito de controlar um esquema de jogos ilegais em Goiás. Em uma das gravações, um dos membros do esquema dá a entender que levaria dinheiro para o governador, no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano. Além disso, Cachoeira foi preso em uma casa que já foi de Perillo e cuja venda ainda levanta questionamentos entre os membros da CPMI. Segundo Perillo, foi para esclarecer esses e outros questionamentos a iniciativa da visita.
Perillo é citado em gravações feitas pela Polícia Federal, como um dos envolvidos no esquema de Carlinhos Cachoeira. De acordo com a PF, assim que Agnelo foi eleito, a Delta tentou emplacar aliados em cargos-chave de administrações regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, o que facilitaria seus negócios.
O blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) divulgou fotos e vídeos em que o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), aparece ao lado do empresário Fernando Cavendish, ex-presidente do Conselho de Administração da Delta Engenharia. A empresa possuiu vários contratos com o governo do Rio de Janeiro. A Delta é apontada como um dos principais braços operacionais do esquema de Cachoeira.
Com Agências