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Estado de Minas

Liderança do MST é assassinado em Pernambuco


postado em 26/03/2012 18:00

Atuante há 10 anos no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Pernambuco, Antonio Tiningo, 37 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça na tarde da sexta-feira, no município de Jataúba, no agreste pernambucano. Ele foi alvo de uma emboscada quando dirigia uma moto. Sua mulher estava na garupa, mas não foi atingida. De acordo com a polícia, dois homens encapuzados dispararam contra o líder sem-terra. "Foi um crime de execução sumária", afirmou o delegado do município, Júlio César Porto.

O MST aponta o proprietário da Fazenda Ramada, que foi ocupada pelos sem-terra há três anos, no mesmo município, como mandante do crime. De acordo com o coordenador do MST em Pernambuco Jaime Amorim, Tiningo já havia prestado queixa à polícia, denunciando ameaça de morte feita pelo proprietário da fazenda, conhecido como Brecha Maia. De acordo com o movimento, o empresário expulsou os sem-terra ao comprar a área, no ano passado, sem ordem judicial. As famílias reocuparam a fazenda em fevereiro deste ano e deste então vinham sofrendo intimidações e ameaças de serem retirados à força da propriedade.

O delegado Porto afirmou que a polícia trabalha com duas hipóteses. Além de investigar a denúncia do MST, que aponta para o proprietário da terra, ele quer averiguar se o assassinato teve alguma ligação com a chacina ocorrida em fevereiro de 2009, quando trabalhadores sem-terra assassinaram quatro seguranças da Fazenda Jabuticaba, no município de São Joaquim do Monte. O confronto ocorreu quando os sem-terra tentaram ocupar pela segunda vez a propriedade que havia sido reintegrada dois dias antes.

Antonio Tiningo saía do acampamento da Fazenda Açucena, onde vivia, em direção à Fazenda Ramada, ambas em Jataúba, quando foi emboscado, de acordo com o MST. Os agressores o teriam atingido com um primeiro tiro e mandaram sua mulher sair do local, antes de o executarem. Ele deixou dois filhos adolescentes.

Jaime Amorim destacou o clima de violência agrária no Estado e pede um delegado especial para investigar o caso. "Queremos punição e desapropriação da fazenda Ramada", afirmou ele. O MST também quer a presença do ouvidor agrário Gercino Filho, visando a debater e buscar soluções para os conflitos envolvendo a terra na região.


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