(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Municípios que conseguiram desenvolver economia vivem situação melhor

Habitantes dos municípios que desenvolveram uma economia forte, ancorada na instalação de uma montadora ou cervejaria, não têm saudades do tempo em que viviam em distritos


postado em 18/03/2012 08:14

Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conseguiu atrair montadoras depois que se desmembrou de Mateus Leme (foto: Euler Júnior/EM/DA Press -13/08/09)
Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conseguiu atrair montadoras depois que se desmembrou de Mateus Leme (foto: Euler Júnior/EM/DA Press -13/08/09)


Aos 73 anos, José Marcelino Filho viu de perto a transformação de Córrego Fundo, no Centro-Oeste de Minas, em município. Emancipada em 21 de dezembro de 1995, a cidade já pertenceu a Ouro Preto, São João del-Rei, Tiradentes, Itapecerica e, por último, Formiga. As memórias dessa época, segundo o lavrador, não são nada agradáveis. “Nasci e cresci em Córrego Fundo e sei como era no passado. Fiquei manco de uma perna, quando jovem, porque aqui não tinha atendimento médico. Quebrei a perna e tive que ficar em casa até conseguir ir para Formiga. Mas era tarde. Até hoje sinto dores e preciso desta bengala”, lembra.

Dezesseis anos depois da emancipação, a realidade do município é outra. Nesse período, os quase seis mil habitantes ganharam um pronto-socorro que funciona 24 horas por dia, oferecendo também especialidades como ortopedia, pediatria e ginecologia, além de dois postos de saúde. Com as melhorias também na estrutura da cidade, a vida dos moradores mudou, como conta José Filho. “Minha rua não era calçada. Quando chovia, tudo virava barro. Não tinha água tratada e nem rede de esgoto. Hoje está muito melhor. Tenho três filhos e todos decidiram continuar na cidade depois que a vida aqui melhorou”, diz.

Ao contrário de muitas outras cidades emancipadas depois de 1990, Córrego Fundo não conta com a agricultura como principal fonte de arrecadação. O setor representa apenas 20% da economia local. A queima e o beneficiamento da cal é a principal atividade no município, seguida pela extração da pedra calcária. Ao todo, cinco empresas de grande porte estão instaladas na cidade, além de pelo menos outros 28 micro-empresários que fazem parte da Cooperativa dos Produtores de Cal (Cooprocal).

O prefeito Valdir Martins Ferreira (PTB) fez parte da comissão de emancipação em 1995 e afirma que a administração está ciente das necessidades do município. Uma das obras mais aguardadas é o anel rodoviário, que custará pelo menos R$ 3 milhões. Outra obra que deve ser entregue à população em até dois meses é a estação de tratamento de esgoto, em que foram investidos cerca de R$ 2 milhões.

Hoje, mais de 90% do esgoto é canalizado e praticamente toda a população conta com água tratada. Antes da emancipação, esse índice era de menos de 3%. A profissionalização da mão de obra na cidade é outra área de investimento.

Fábrica

Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, cuja emancipação fará 20 anos em 27 de abril, também apresenta um resultado invejável a outros antigos distritos que se separaram. A cidade ficou com a melhor parte financeira de Mateus Leme: uma fábrica de cerveja que rende a metade do orçamento de R$ 58 milhões. “O ICMS é altíssimo, a fábrica foi fundamental para a riqueza da cidade”, admite o prefeito Antônio Adônis Pereira (PSB). O município conseguiu ainda trazer montadoras de carro e garantir um baixo índice de desemprego. Estão sendo construídas escolas e implementados projetos para a área da saúde. O prefeito, que planeja mais um distrito industrial, credita parte dos ganhos à localização de Juatuba, próxima à BR- 262 e à MG -050.

Em compensação, Mateus Leme amargou dívidas depois de perder a galinha dos ovos de ouro. No início da separação, foi difícil, mas aos poucos a economia da cidade tem conseguido se reerguer, ancorada no setor automobilístico. “Estamos pagando precatórios até dezembro deste ano”, explica o atual prefeito, Marlon Aurélio Guimarães (PDT). O orçamento é melhor que o da cidade “filha”, cerca de R$ 40 milhões, mas agora Antônio Adonis Pereira acredita que a casa esteja entrando em ordem. Das receitas, R$ 12,6 milhões chegam pelo FPM e R$ 9,8 milhões de ICMS. “No início foi difícil mas acredito que a emancipação foi importante para andarmos com as próprias pernas”, avalia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)