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Estado de Minas

Novos municípios não tem infraestrutura básica para população


postado em 18/03/2012 08:10

Planto mandioca, abacaxi, milho e feijão. Tiro parte para alimentação e vendo o resto . Geraldo Rodrigues Marques, que recebe R$ 100 por mês (foto: Marcos Michelin/EM/DA Press )
Planto mandioca, abacaxi, milho e feijão. Tiro parte para alimentação e vendo o resto . Geraldo Rodrigues Marques, que recebe R$ 100 por mês (foto: Marcos Michelin/EM/DA Press )


A primeira impressão é de que alguma coisa mudou, com serviços que não existiam antes, como banco, agência dos Correios e até posto de gasolina. Mas esses rincões – que “viraram cidades” em 21 de dezembro de 1995 e empossaram o primeiro prefeito em janeiro de 1997 – continuam sem a geração de renda própria, com a economia local sendo movimentada pelo pagamento dos salários da prefeitura, de aposentados e dos benefícios do Programa Bolsa-Família.

O prefeito da pequena Patis, cidade do Norte de Minas com 5,4 mil habitantes, Valmir Morais de Sá, diz que a emancipação proporcionou melhoria de vida aos antigos distritos, mas que eles continuam sem independência financeira. Escorados no FPM, vivem na corda bamba, pois o repasse não tem um valor fixo. “Em um mês vem um valor mais alto e no mês seguinte não vem quase nada”, reclama Morais de Sá, que reivindica da União um piso para o repasse. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) melhorou, mas ainda restam gargalos como a falta de rede de esgoto. O prefeito, que também é presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), culpa o Programa Bolsa-Família pela falta de geração própria de renda nos antigos distritos. "Depois desse programa, diminuiu a produção na roça. Muita gente não quer trabalhar mais porque recebe o benefício do governo", diz Morais de Sá.

Serranópolis de Minas, também no Norte do estado, é outra que não conta com rede de esgoto. O sistema de saúde do município se limita a um centro de tratamento e os moradores dependem de uma ambulância para o encaminhamento a uma cidade maior, quando precisam de hospital. O agricultor José Lélis diz que a estrutura do lugar deixa a desejar. “Muitas ruas ainda não têm calçamento. Não tem rede de esgoto nem hospital. Se uma pessoa machucar o dedo tem que ser levada para Porteirinha (19 quilômetros de distância)”, afirma. Outros moradores elogiam a independência. “A emancipação foi uma coisa muito boa. Trouxe postos de saúde, banco e calçamento de ruas prá cá”, afirma José Pereira da Silva, dono de um trailler de lanche na praça principal da cidade.

Outra localidade incluída na última leva de emancipações, Fruta de Leite – de 6,4 mil habitantes, desmembrada de Salinas – é um dos municípios mais pobres de Minas. Não tem rede de esgoto e no único posto de saúde da cidade, um funcionário informou que só há médico uma vez por semana, às segundas-feiras. Mesmo assim, os moradores enaltecem a emancipação, valendo aquela máxima de que onde não tinha nada, alguma coisa representa muito. “Antes não tinha nada aqui. Agora, tem banco postal, asfalto, posto de saúde e outros benefícios”, afirma José Balleiro da Silva, dono de uma lojinha na cidade.


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