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Estado de Minas

Prefeito de Sabinópolis usa verba pública para ônibus sem motor

MP reúne provas contra atos ilícitos do prefeito


postado em 14/02/2012 06:00 / atualizado em 14/02/2012 07:15

Afastado do cargo pela Justiça sob suspeita de fraudar licitação para o conserto do motor de uma máquina de terraplenagem, o prefeito de Sabinópolis, Geraldo Santos Pires (PMDB), pode também ter que se explicar nos tribunais por comprar combustível para um ônibus que, sem rodas nem motor, está parado há três anos na garagem municipal, conforme o promotor de Justiça Márcio Kakumoto, responsável pelas duas investigações.

O Ministério Público já conseguiu provas de que a placa usada no cadastro de compras municipal para aquisição de combustível é do ônibus enguiçado, mas ainda não rastreou se o produto foi para abastecimento de outros veículos oficiais ou de automóveis particulares. “Confirmadas as investigações, o prefeito será processado por improbidade administrativa”, diz Kakumoto. O motivo é o mesmo que valeu o afastamento do prefeito pela fraude na licitação para conserto do motor da máquina de terraplenagem, ocorrido na sexta-feira.

O líder do governo na Câmara Municipal, Ivan de Oliveira (PSDB), afirma que Geraldo Santos é uma pessoa íntegra. “O problemas são seus auxiliares. Mas não foi por falta de a gente avisar”, diz o tucano. Assim como o prefeito, foram afastados da prefeitura a procuradora do município, Geralda Mourão de Aguiar, e o secretário de Administração, Alenir Eustáquio Fernandes.

No processo que levou ao afastamento do prefeito e de seus auxiliares, o promotor Kakumoto afirma que o serviço para conserto do motor da máquina foi realizado antes de a licitação para o procedimento ter sido montado. O promotor diz que os responsáveis pela contratação da mão de obra para o motor tentaram nova maquiagem depois que o Ministério Público solicitou a documentação para realização da concorrência. “Quando o MP requisitou cópias do processo licitatório, houve substituição de documentos e coação de funcionários públicos a assinarem a licitação, tendo, inclusive, invadido salas de trabalho de alguns deles, tudo com a finalidade de forjar a licitação e tentar demonstrar para o promotor de Justiça que não havia irregularidades”, relata Kakumoto.

O afastamento do prefeito, da procuradora e do secretário de Administração foi determinado pelo juiz Luiz Flávio Ferreira, da comarca de Sabinópolis. Na sentença, o magistrado afirma que a decisão teve como objetivo “evitar a prática reiterada de atos de improbidade administrativa”. Ao menos até que o prefeito consiga liminar suspendendo a decisão, o vice-prefeito, Andrelino Ferreira do Nascimento (PSDB), que assumiu a prefeitura na sexta-feira, seguirá no comando do município.


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