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Estado de Minas

Deputados querem que a Assembleia apure fraudes em Furnas

Representantes do PSDB, PPS, PP e DEM pedem à Assembleia Legislativa para investigar a participação do deputado Rogério Correia (PT) na elaboração do documento forjado


postado em 20/12/2011 06:00 / atualizado em 20/12/2011 07:15

Os deputados federais Rodrigo de Castro e Rodrigo Maia (de frente à direita) se reuniram com a Mesa Diretora da Assembleia(foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)
Os deputados federais Rodrigo de Castro e Rodrigo Maia (de frente à direita) se reuniram com a Mesa Diretora da Assembleia (foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)

Depois de acionar o Ministério Público Federal e estadual para que sejam apuradas as denúncias de falsificações na Lista de Furnas, representantes dos partidos citados no documento – PSDB, PPS, PP e DEM – querem que a Assembleia Legislativa (ALMG) também investigue as supostas irregularidades presentes no documento. Ontem, os deputados federais Rodrigo de Castro (secretário-geral do PSDB) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) – em nome das quatro legendas – estiveram na ALMG para pedir que a Comissão de Ética da Casa faça um trabalho paralelo ao dos órgãos e apure a participação do deputado Rogério Correia (PT) em supostas irregularidades cometidas na elaboração da lista. Os partidos alegam ter havido falsificação de assinaturas e uso da estrutura do Legislativo em articulações com o lobista Nilton Monteiro.

 

“Já representamos nos MPs e vamos entrar agora com uma representação no Legislativo mineiro, porque precisamos de uma resposta. Não é correto que se monte uma fraude dessa para tentar calar um grupo de parlamentares que fiscalizava atos e irregularidades que poderiam ocorrer no governo do presidente Lula”, explicou Rodrigo Maia. O deputado democrata garantiu que a assinatura dele foi forjada em um dos recibos presentes na Lista de Furnas. “Uma fraude clara no documento, já que o recibo é de 2002 e minha assinatura era diferente. Queremos também uma ação política, já que essa falsificação perto das eleições prejudica muitas pessoas. Esses vagabundos fraudaram não só a minha, mas a assinatura de várias pessoas”, criticou.

 

Rodrigo Maia questionou ainda as justificativas apresentadas por Rogério Correia de que o documentos teriam sido considerados autênticos pela Polícia Federal. “As provas de falsificação são claras. O que o perito da PF disse é que, por serem cópias, ele não poderia afirmar que os documentos foram realmente falsificados. Mas cadê o original? Acredito que essas investigações vão avançar e já existe até um caminho a ser seguido”, cobrou.

A reunião com os deputados federais foi acompanhada pelo presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PSDB), pelo presidente da comissão de ética, Doutor Viana (DEM), e pelos parlamentares dos partidos envolvidos na Lista de Furnas. Depois do encontro, Viana garantiu que o caso será tratado com muita seriedade na Assembleia e que a tramitação do requerimento deverá começar no início de 2012, quando os parlamentares retomarem as atividades. “Já apresentaram o requerimento, mas ainda não foi entregue em nossas mãos. Após o recebimento, devemos ler em plenário para tornar público o pedido e divulgar no Minas Gerais. Em seguida encaminhamos às reuniões para análise e definimos o relator”, explicou.

Outro lado


Alvo da denúncia de falsificação, o deputado Rogério Correia voltou a defender a autenticidade documento e afirmou que o movimento dos representantes dos partidos citados na lista é uma tentativa de inibir a ação da oposição em Minas Gerais. “Está acontecendo uma verdadeira perseguição de quem não aceita críticas da oposição. A PF já fez e divulgou um laudo técnico da lista e confirmou ser verdadeira. Não existe falsificação ou montagem”, justificou o petista.

 A denúncia de que a Lista de Furnas era um documento forjado para incriminar adversários do PT já tinha sido feita pelo Estado de Minas, há cinco anos. Em 23 de março de 2006, reportagem do EM noticiou que Rogério Correia havia convocado uma entrevista sobre o assunto, mas não compareceu. A mesma matéria mostrou que laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC), órgão ligado à PF, apontava montagens, alterações ou implantes na última página do documento. O EM chegou a reproduzir outras duas perícias que atestavam a falsificação.

 

Saiba mais

Lista de Furnas

Documento de cinco páginas com supostas contribuições de campanha não contabilizadas a 156 políticos nas eleições de 2002. As denúncias de irregularidades se baseiam em transcrições de gravações em que o assessor do deputado Rogério Correia (PT) Simeão de Oliveira e o ex-deputado Agostinho Valente (PDT) aparecem conversando com Nilton Monteiro sobre a elaboração da lista. Segundo representantes dos partidos citados, “a lista seria uma trama para constranger e caluniar adversários políticos”. 


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