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Estado de Minas

Moreira Salles cria primeiro instituto privado de apoio à pesquisa do Brasil

Instituto com sede no Rio vai incentivar estudos nas áreas exatas


postado em 22/03/2017 22:11 / atualizado em 22/03/2017 23:00

Com doação de R$ 350 milhões do cineasta João Moreira Salles e da linguista Branca Vianna Moreira Salles, Brasil ganha primeiro instituto privado de apoio à ciência. O Instituto Serrapilheira, com sede no Rio de Janeiro, vai apoiar e fomentar pesquisas nas áreas de ciências da vida, físicas, engenharias e matemática.

O nome foi inspirado na camada formada pelo acúmulo de folhas e matéria orgânica que cobre o solo das florestas. A Serrapilheira é a principal via de retorno de nutrientes ao solo. O instituto será comandado pelo geneticista francês Hugo Aguilaniu, do Laboratório de Genética do Envelhecimento da Escola Normal Superior de Lyon, na França.

Aguilaniu foi escolhido entre 138 candidatos que participaram de chamada pública para o cargo de diretor-presidente. “A ideia é ter um número reduzido de projetos, mas que sejam os melhores, de nível internacional, com potencial para serem publicados nos periódicos científicos mais importantes, como Science e Nature. Nosso desejo é incentivar os pesquisadores a fazerem as grandes perguntas de seus campos. Teremos paciência e não exigiremos resultados imediatos”, afirma Aguilaniu, fluente em português.

À frente do Conselho Científico está o pesquisador brasileiro Edgar Dutra Zanotto, do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo. A previsão é de que o primeiro edital seja divulgado no segundo semestre deste ano. “A comunidade científica brasileira tem um porte razoável; são mais de 100 mil pesquisadores com PhD no país. Acho que teremos disputas acirradíssimas por esses recursos e penso que iremos atrair grandes cientistas”, diz Zanotto.

O Instituto Serrapilheira foi criado sob a forma de uma associação civil sem fins lucrativos e vai operar a partir de recursos de fundo patrimonial constituído por doação em caráter irrevogável de Branca e João Moreira Salles no valor de R$ 350 milhões. A aplicação financeira desse recurso viabilizará o funcionamento da instituição. “Se o instituto estiver sendo útil à ciência, nossa intenção é fazer novos aportes dentro de 4 ou 5 anos”, afirma João Moreira Salles.

Em 2014, Moreira Salles e Branca decidiram criar o instituto. “Partimos da impressão de que a ciência não faz parte da imaginação do brasileiro, não ocupa uma posição central na nossa cultura, como ocorre em outros países como China, Índia e Estados Unidos, sem falar na Europa”, explica João Moreira Salles. “Me juntei ao João porque tenho essa mesma percepção de que entre nós o valor simbólico da ciência é baixo”, diz Branca.

Os dois, nos últimos três anos, visitaram agências de fomento, fundações de apoio à ciência e organizações do terceiro setor, além de se reunir com pesquisadores brasileiros para entender quais eram as necessidades do setor e como uma instituição privada poderia operar para melhor atender a comunidade científica.


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