São Paulo - A quebra de um eixo de um dos carros alegóricos da escola de samba X-9 Paulista provocou a queda de um dos participantes que estavam na parte de cima da alegoria. O homem foi socorrido pelos bombeiros e levado para o hospital. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde. Outras pessoas que iriam desfilar neste carro alegórico foram retiradas pelos bombeiros e a alegoria seguiu vazia pela avenida.
No começo do desfile, a escola já havia tido problemas com dois carros alegóricos. Última a se apresentar no segundo dia de desfiles, a X-9 teve dificuldades para alinhar o primeiro carro alegórico e precisou desmontar parte de um segundo carro alegórico na concentração porque não conseguia colocá-lo na avenida.
A X-9 Paulistana encerrou o segundo dia de desfiles no Anhembi, lembrando os 400 anos da capital paraense. Para fugir dos clichês comuns de homenagens como essa, a escola da Parada Inglesa elegeu como tema de seu carnaval a fruta típica de Belém: o açaí. A lenda do açaí, fruta que teria sido criada pelo deus Tupã para ajudar a alimentar os índios, deu o tom do início do desfile, o último do Grupo Especial paulistano.
Mas a escola não se concentrou apenas na culinária. A cultura do Pará ganhou destaque no desfile, com homenagem também à festa do Círio de Nazaré e a artistas locais, como Gaby Amarantos e Fafá de Belém. Outro destaque para a escola este ano foram as roupas mais leves para as baianas. Em vez de 30 quilos, como no último desfile, as roupas tinham 15 quilos.
A X-9 Paulistana busca o seu terceiro título em 2016, depois de um desempenho fraco em 2014 e 2015, quando a escola terminou em 11º lugar. A rainha de bateria é a bailarina Gracyanne Barbosa.
Confira o samba-enredo:
"Açaí guardiã! Do amor de Iaçã ao esplendor de Belém do Pará"
Ecoou... O rufar do meu tambor
"Do amor de Iaça ao esplendor de Belém do Pará"
Lugar de rara beleza
Encantos da mãe natureza
Onde a velha sábia revelou
O sacrifício que a tribo suplantou
Índia tão bela, sua lágrima o fruto fez brotar
Do solo sagrado brasileiro
Correu o mundo e tem história pra contar
O povo Tupinambá foi o primeiro a provar
E fez a festa na aldeia
É canto e devoção, somos todos irmãos
Sangue cabano tá na veia
As margens do rio, mercado popular
Destaque na cor e no seu paladar
Dela tudo se aproveita, árvore sagrada
Culto de mina-nagô
Ôôô, saúde e bem estar
Ôôô, pra revitalizar
Na procissão de fé do Círio de Nazaré
Hoje clamo em oração
Oh! Virgem santa, abençoai meu pavilhão
São quatrocentos anos guardados no coração
X-9 é amor verdadeiro
Sempre em primeiro lugar
A "energia" do meu samba vem aí
Tá na boca o sabor do açaí