Doentes, parentes e amigos de pessoas com câncer iniciaram uma campanha nas redes sociais para tentar liberar para todos os pacientes a fosfoetanolamina sintética, substância desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP). Uma decisão da Justiça liberou a substância para uma mulher do Rio de Janeiro. Porém, advogados prometem tentar agora ampliar a liberação para que qualquer paciente tenha acesso à fórmula.
Com esse parecer, outras pessoas acreditam contar com um precedente para também conseguir acesso às cápsulas. Algumas chegaram a ir até a USP nesta sexta-feira, 9, na expectativa de retirar o composto, mas foram informadas de que a decisão em vigor vale apenas para a paciente citada na ação. Porém, no que depender dos defensores da liberação, isso deve mudar.
"Vou fazer o diabo para essa decisão do STF ser aplicada a todos", disse o advogado Jefferson Vaz em uma das muitas páginas criadas na internet para defender a substância. "Quem quer briga grande vem comigo", completou ao convocar outros advogados a engrossarem o coro.
Em outra página a favor da fórmula, é citado o caso do pequeno Thiago, de 9 anos, que é portador de câncer no pulmão. Familiares contaram que os quimioterápicos estavam sendo muito agressivos e mais nocivos do que benéficos. "Portanto o que resta agora são os tratamentos alternativos", diz a mãe do garoto que já conseguiu quase 12 mil assinaturas em favor da fosfoetanolamina.
SEM REGISTRO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota informando que antes de qualquer medicamento ser disponibilizado para uso do Brasil, é necessária análise para atestar a eficácia e a segurança do produto. E que no caso da fosfoetanolamina, o órgão não recebeu qualquer pedido de exame ou pesquisa clínica. "Isto significa que não há nenhuma avaliação de segurança e eficácia do produto".