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Estado de Minas

Após 19 anos, famílias descobrem que tiveram crianças trocadas no Distrito Federal

Agora, tentam restabelecer laços com ajuda mútua. Polícia ainda espera informações mais detalhadas do hospital para saber o que ocorreu


postado em 07/07/2015 07:44
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Diego (D) com a nova família e Daniel ao lado dos pais biológicos: dificuldades estão sendo superadas com a boa vontade(foto: Ed Alves/CB DA Press)
Diego (D) com a nova família e Daniel ao lado dos pais biológicos: dificuldades estão sendo superadas com a boa vontade (foto: Ed Alves/CB DA Press)
Os abraços ainda são desconfortáveis. Os apertos de mão, sem jeito. Os olhares seguem desconfiados e muitas vontades estão reprimidas nas famílias de Eliana e Dileide. As duas tiveram os filhos trocados em uma maternidade de Formosa (GO) há 19 anos e cerca de cinco meses atrás tiveram a confirmação do que nunca imaginavam. Criaram um filho que não geraram. Após a revelação, a convivência não foi totalmente estabelecida. A relação entre eles é superficial, por causa do vácuo de quase duas décadas aberto nas relações familiares.

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade goiana. A polícia quer saber, entre outros pontos, se a troca dos bebês foi feita de forma premeditada. A história começou em 10 de novembro de 1995, quando nasceram Diego Galvão Ramos da Silva e Daniel Gomes de Oliveira. Eliana Gomes de Melo Oliveira, 45 anos, e Dileide Galvão Pinto, 38, chegaram praticamente juntas ao São Camilo, por volta das 10h.

Na sala de espera, sentaram-se lado a lado e conversaram. Então, ela e Eliana foram encaminhadas à mesma sala de cirurgia, onde uma equipe se encarregou de atender às duas, simultaneamente. Somente os médicos obstetras eram diferentes. “Os dois bebês ficaram na sala de cirurgia com a Eliana. Desconfio que a troca aconteceu nessa hora”, diz Dileide. “Acho que eu e Dileide tínhamos que ter ficado em salas diferentes”, pondera Eliana.

Formosa é uma cidade pequena, com cerca de 100 mil habitantes, e os caminhos das famílias continuaram a se cruzar. Sem saber, Daniel e Diego estudaram juntos, entre a 7º série e 3º ano do ensino médio, na escola municipal Joaquim Moreira. Até se cumprimentavam. Mas um fato foi determinante para a descoberta da troca. Diego é muito parecido com Pablo, filho mais velho de Eliana e irmão biológico dele. Em um evento sertanejo, no ano passado, foi confundido com o rapaz. Curioso, quis saber quem era a pessoa. Então, os dois fizeram amizade.

Os comentários eram inevitáveis. “Uma vez, eu falei: ‘Vamos fazer um DNA’. Mas, claro, nem passava pela minha cabeça que isso poderia ser verdade”, lembra Diego. Pablo, por sua vez, levou uma foto para Eliana ver. “Eu chorei na hora. Tinha certeza que era meu filho. Pensei que tivesse tido gêmeos e que tinham levado o outro”, desabafa Eliana, que demorou oito meses para propor o teste a Diego. Fez isso sem Dileide ou qualquer outra pessoa saber. O exame ocorreu em fevereiro e oito dias depois estava pronto. Positivo: Diego é filho biológico de Eliana.


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