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Estado de Minas IGREJA CATÓLICA

Conferência dos Bispos defende acolher casais homoafetivos

CNBB vai propor ao Vaticano, no Sínodo da Família, melhor relação com casais divorciados e acolhida a homoafetivos


postado em 25/04/2015 07:49 / atualizado em 25/04/2015 11:21

Dom Sérgio da Rocha, novo presidente da CNBB, é favor de uma ordem pastoral renovadora e eficaz(foto: CNBB/Divulgação )
Dom Sérgio da Rocha, novo presidente da CNBB, é favor de uma ordem pastoral renovadora e eficaz (foto: CNBB/Divulgação )

Aparecida (SP)
– Os quatro bispos eleitos na quinta-feira pela 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para participar do Sínodo sobre a Família, em outubro, em Roma, vão propor que a Igreja discuta questões desafiadoras para a pastoral, como a situação dos casais divorciados que vivem uma segunda união e a acolhida aos homoafetivos. O bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, um dos delegados escolhidos, adiantou que esse não é o foco central, mas é um desafio que receberá atenção especial. “Há uma expectativa de que o Sínodo dê uma resposta a essa questão, embora não se concentre nela”, disse dom Petrini, para o qual o Sínodo deverá buscar uma resposta com equilíbrio.

Sob a orientação do papa Francisco, os participantes do encontro refletirão também sobre a educação dos filhos de pais separados e a das crianças adotadas por homossexuais que vivem uma união estável. Outro ponto a ser discutido é o acolhimento na comunidade de católicos divorciados que se casaram de novo. Dom Petrini acredita que a Igreja venha a permitir que eles participem dos sacramentos, em circunstâncias especiais. “É possível que possam receber a eucaristia, com permissão do bispo, em alguns casos”, observou dom Petrini.

O novo presidente da CNBB, dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, também eleito delegado ao Sínodo, afirmou ao Estado que a Igreja quer dar mais atenção aos casais em situação difícil. “Esperamos que, no Sínodo, possamos encontrar luz, para não só iluminar genericamente, mas oferecer orientação de ordem pastoral. É um tema que nos está preocupando e que preocupa a todos, como o papa Francisco admitiu claramente”, disse dom Sérgio.

A Igreja quer acolher a todos, acrescentou o arcebispo, sem que ninguém fique excluído, mas, ao mesmo tempo, procura oferecer, à luz do Evangelho, os valores que vêm da palavra de Deus, que devem orientar a conduta de todo mundo. “”Quem vai participar do Sínodo precisa expressar aquilo que é o sentir da Igreja local, do episcopado, da Igreja no Brasil”, adverte. Por isso, a Assembleia Geral procurou identificar, entre os dias 19 e 23, em Aparecida, quais são os grandes temas que devam receber destaque.

DOCUMENTO A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) posicionou-se ontem contra a redução da maioridade penal e fez crítica ao Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização em contratos de trabalho. Em documento que faz análise da atual realidade nacional, aprovado na 53ª Assembleia Geral da CNBB, a entidade católica considerou que a proposta da terceirização, em tramitação no Congresso Nacional, “não pode restringir os direitos dos trabalhadores”. “É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise”, considerou.

O texto ressalta que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171/93, que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal, é um “equívoco que precisa ser defeito”. Segundo ele, o projeto, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, não é a solução para a violência “que grassa no Brasil” e apenas reforça a política de encarceramento do país”. “Em vez de aprovar a redução da maioridade penal, os parlamentares deveriam criar mecanismos que responsabilizem os gestores por não aparelharem seu governo para a correta aplicação das medidas socioeducativas”, critica o texto. O documento também avalia que o projeto que sugere a alteração do Estatuto do Desarmamento vai “na contramão da segurança e do combate à violência” e considera que a credibilidade política do país não pode ser recuperada “ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis”.

Na mesma linha adotada nas últimas semanas, a entidade católica ressaltou que vê com “apreensão” a atual realidade brasileira que, segundo ela, é marcada por uma “profunda e prolongada crise” que ameaça as conquistas das últimas décadas e “coloca em risco a ordem democrática do país”.

“O momento não é de acirrar ânimos nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a autonomia que lhes é própria, têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza da superação da crise”, ressalta o documento da CNBB, que chama a corrupção no país de “praga da sociedade”. “É imperativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão. Só assim se restaurará a justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética”, defende.


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