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Estado de Minas

Africano com suspeita de ebola no Brasil passará por novo exame neste domingo

Primeiro exame de sangue deu negativo para a doença e hoje à tarde outra coleta será feita e encaminhada para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. Resultado deve sair amanhã à noite


postado em 12/10/2014 06:00 / atualizado em 12/10/2014 08:33

Rio – O Ministério da Saúde informou ontem que o resultado do primeiro exame do paciente Souleymane Bah, recém-chegado da Guiné, deu negativo para o vírus ebola. As análises foram feitas pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém, referência número um no assunto no país. Um novo teste será realizado hoje, 48 horas após a coleta da primeira amostra de sangue, como determina o protocolo médico nesse caso.

Na coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem em Brasília, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que as chances de um resultado diferente são consideradas remotas. “Do ponto de vista prático, ter um primeiro resultado negativo não pode desarticular o conjunto de ações de vigilância e de isolamento do paciente. Todo o protocolo continua sendo seguido até que tenhamos o segundo resultado do exame”, afirmou Chioro. A segunda amostra de sangue também será enviada para análise laboratorial no Instituto Evandro Chagas e o resultado ficará pronto amanhã.

Caso o segundo exame também seja negativo, as 64 pessoas que tiveram contato com Souleymane em Cascavel (PR), de onde ele foi transferido na manhã de sexta-feira para o Rio, e estavam sob observação, deixarão de ser acompanhadas.

De acordo com Chioro, o Brasil continua sendo um país com pouco risco de transmissão, mas não significa que está imune ao surgimento de algum caso confirmado. Por isso, novos encontros do Ministério da Saúde com a Secretaria de Aviação Civil e o Ministério do Turismo devem ocorrer nesta semana. Ainda não há previsão para ações em aeroportos e portos brasileiros, como a medição de temperatura por escâner. “Se tivesse um voo direto da Guiné (ou outros países afetados pela epidemia) para cá, claro que valeria a pena essas pessoas serem monitoradas (por escâner de temperatura). Mas não temos”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

O guineano chegou ao Brasil via Marrocos e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em 19 de setembro. Ele foi atendido na última quinta-feira na UPA de Cascavel, às 17h45, relatando febre, tosse e dor de garganta iniciadas dois dias antes, portanto no limite do período de incubação do ebola.

DOENÇA SE ALASTRA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ebola já matou mais de 4 mil pessoas. Os países mais afetados são Libéria e Serra Leoa. A Guiné é o terceiro país com mais número de casos, com mais de 600 pessoas infectadas pelo vírus e 400 mortes. Segundo a organização Médicos sem Fronteiras, desde o final de agosto a epidemia se intensificou no país, com mais de 120 casos detectados, sendo 85 deles confirmados.

A Guiné é o único país africano com registro de epidemia da febre hemorrágica que ainda concede visto para estrangeiros que querem vir ao Brasil. A embaixada brasileira no país emite cerca de 40 vistos mensais, afirmou o diplomata Alírio Ramos, único representante do ministério das Relações Exteriores no país. De acordo com o diplomata, o Brasil instituiu uma “rigorosa” avaliação para qualquer pessoa que solicite um visto na Guiné, com obrigatoriedade para exames clínicos e laboratoriais de temperatura.

As representações diplomáticas brasileiras em Monróvia, capital da Libéria, e em Freetown, Serra Leoa, deixaram de emitir vistos para o Brasil por determinação do Itamaraty.

Sem tréguas

Um sentimento de alívio tomou conta na manhã de ontem da população e das autoridades de saúde em Cascavel, no Paraná, ao saberem que o primeiro resultado deu negativo para ebola no exame realizado no africano Souleymane Bah. “O resultado dá mais tranquilidade para os profissionais de saúde e também para a população, que andava apreensiva com relação ao ebola no município. Agora, é esperar a divulgação do segundo exame”, afirmou o chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak. Apesar de o primeiro teste ter dado negativo para o vírus ebola, o número de pessoas que estão sendo monitoradas pela Prefeitura de Cascavel por possível contato direto ou indireto com o paciente subiu de 68 para 167, informou ontem o secretário municipal da Saúde do município, Reginaldo Andrade.


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