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Estado de Minas

ONG pede retorno de agência ao comitê do Cantareira

ANA disse, em nota, que deixou grupo técnico por ter negado acordos firmados para redução de retirada de águas do sistema


postado em 22/09/2014 14:31 / atualizado em 22/09/2014 17:36

Maior organização ambiental do mundo, a ONG The Nature Conservancy (TNC) divulgou nota nesta segunda-feira, na qual afirma ver com "extrema preocupação" a saída da Agência Nacional de Águas (ANA) do comitê anticrise do Sistema Cantareira, anunciada na última sexta-feira. A entidade pediu o retorno imediato do órgão federal ao grupo técnico formado em fevereiro em conjunto com o governo de São Paulo para monitorar a seca no manancial e recomendar ações de contingência.

"Apelamos para o retorno imediato da ANA ao GTAG (sigla do comitê anticrise) como um dos atores chave e com competência legal para a definição das regras operativas ao estabelecer não apenas do volume de retirada do Sistema Cantareira, mas também o plano de ação do Governo do Estado de São Paulo com o conjunto de medidas que permitirão reduzir os riscos na gestão da crise hídrica", afirma a TNC, que coordena o projeto "Movimento Água para São Paulo" desde o ano passado.

Na última sexta-feira, o presidente da ANA, Vicente Andreu, emitiu uma nota dizendo que a agência vai deixar o grupo técnico porque o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, tem negado um acordo que teria sido firmado entre ambos em agosto para novas reduções no volume de água que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pode retirar das represas do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo. As reduções passariam a valer a partir de outubro e de novembro.

"A decisão da agência baseia-se nas manifestações do secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, na qual ele nega acordo sobre a proposta de novos limites de retirada de água do Sistema Cantareira para a Região Metropolitana de São Paulo e na ausência de recomendações de vazões a serem praticadas desde o dia 30 de junho", informou a ANA na última sexta-feira.

Em nota, Mauro Arce disse que "lamenta a decisão da ANA de romper unilateralmente um esforço conjunto que vinha sendo conduzido de forma harmônica desde a criação do GTAG em fevereiro" e que "estranha o momento dessa decisão e o fato de ter sido tomada de uma forma que contraria os critérios técnicos que continuarão pautando o trabalho do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo), da Sabesp e dos demais integrantes do GTAG". "Em defesa dos interesses de São Paulo e sempre aberta ao diálogo, a secretaria espera que a ANA reveja sua decisão e volte ao grupo de trabalho", completou Arce.

Para a TNC, "é preciso que se restabeleçam as condições mínimas no diálogo técnico entre os diferentes atores que compõem o GTAG para superar o atual desafio". Segundo a ONG, que atua em 35 países, "a crise hídrica é gravíssima e pode ter consequências muito impactantes do ponto de vista social e econômico nas áreas afetadas" e "a boa governança da água é imperativo para a superação de desafios relacionados à segurança hídrica".

Criado no dia 12 de fevereiro, o comitê anticrise é composto por um técnico da ANA, do DAEE, da Sabesp e dos comitês das bacias hidrográficas do Alto Tietê, na Grande São Paulo, e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), na região de Campinas. Com exceção do funcionário da agência federal, todos os integrantes trabalham no governo de São Paulo. Para especialistas, a saída da ANA ocorreu porque o comitê anticrise era controlado pelo governo paulista, que discorda de uma redução agora da retirada de água do Cantareira para não comprometer o abastecimento da Grande São Paulo.


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