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Estado de Minas

Mais 2 mil PMs reforçam segurança nas ruas do Rio a partir de segunda

No mesmo dia em que pesquisa revela aumento de 24% no número de homicídios em todo o estado, governo antecipa medida de segurança até então prevista para a Copa


postado em 03/05/2014 06:00 / atualizado em 03/05/2014 07:40

 

Rio de Janeiro – Diante do aumento nos índices de homicídios e roubos no estado nos últimos meses, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou ontem que, a partir de segunda-feira, dois mil policiais militares de folga vão reforçar o policiamento das ruas. A medida, que seria implantada durante a Copa do Mundo, foi antecipada. O governador Luiz Fernando Pezão também solicitou ao prefeito Eduardo Paes que participe do esforço para dotar a cidade de mais segurança, colocando mais guardas municipais nas ruas da cidade.

A medida foi anunciada após a divulgação, pelo Instituto de Segurança Pública, de levantamento mostrando que os índices de homicídios no Rio continuaram a subir nos meses de fevereiro e março deste ano. Os homicídios dolosos registraram aumento de quase 24% nos dois meses pesquisados. Foram 389, em fevereiro de 2013, contra 482 este ano. Em março de 2014 foram 508 homicídios, contra 411 registrados no mesmo período do ano passado.

Também subiram os casos de morte de pessoas durante confronto com a polícia – chamado tecnicamente de auto de resistência. Houve um aumento de 59,3% no primeiro trimestre de 2014 em relação ao primeiro trimestre de 2013. Foram 96 casos de janeiro a março de 2013 e 153 registros neste período de 2014. Em visita ao Conjunto de Favelas da Maré, na tarde de ontem, José Mariano Betrame afirmou que alguns confrontos com a PM são “inevitáveis”, especialmente “quando se entra em áreas historicamente conflagradas pelo poder criminoso”.

“Isso só dá a resposta que a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) é a saída. Só que não dá para fazer UPP toda hora e em todo lugar, então temos que fazer essas operações temporárias”, justificou o secretário. Ele destacou ainda que o número de autos de resistência vinha apresentando um queda de 34% e por isso não se pode avaliar números apenas de três meses. Beltrame percorreu o Conjunto de Favelas da Maré ao lado do governador fluminese para fazer um balanço dos 57 dias da presença do Exército no local.

Luiz Fernando Pezão disse que o Rio de Janeiro enfrenta uma “guerra” contra o crime organizado da qual “nunca nos colocamos como vencedores”. “A gente sabe que é uma guerra. É impressionante a quantidade de armamento e drogas que as forças de segurança apreenderam aqui na Maré”, disse. Ele avaliou como positivo o balanço apresentado pelo general Francisco Modesto, comandante do Comando Militar do Leste, sobre a atuação militar que dá início ao processo de pacificação das comunidades. Segundo o governador, 51 criminosos já foram capturados lá.

Pezão voltou a enfatizar que o governo não irá recuar na política de pacificação e reforçou o empenho junto ao Ministério da Justiça para transferir criminosos envolvidos em ataques violentos para presídios federais. “Cada vez que atirar (contra policiais militares), que pegar depredando o patrimônio público e privado nós vamos mandar transferir para presídio federal. Não há acordo. Nada vai nos intimidar”, reiterou. Segundo o governador, somente nesta semana foram solicitadas as transferências de sete criminosos.

Celular

O levantamento divulgado pelo Instituto de Segurança Pública mostrou que os crimes contra o patrimônio também registraram forte aumento em comparação com o ano anterior. Os roubos a transeuntes subiram 46,6%, passando de 4.792 casos para 7.024 em março passado. Os casos de roubo a veículos aumentaram 31,3%, totalizando 2.963 ocorrências em março de 2013 707 a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Os roubos de aparelho celular subiram 51,9%, saltando de 366 para 556 ocorrências. Os roubos de carga também tiveram aumento impactante: 54,2%, totalizando 404 casos, contra 262 no ano anterior. Já o índice do roubo ao comércio cresceu 45,1%. Foram 775 assaltos a estabelecimentos comerciais, 241 a mais em relação ao mesmo período de 2013.

Madrugada de violência
Policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) reforçaram o patrulhamento na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio, depois de tiroteios durante a madrugada de ontem entre policiais e quadrilhas que ainda agem na região. No confronto morreu Fernando dos Santos, de 24 anos, olheiro do tráfico – pessoa que observa a movimentação no morro e avisa sobre a chegada de policiais ou traficantes rivais –, e um suspeito de ligação com o tráfico ficou gravemente ferido por tiros no tórax e na mão.

Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que no meio da noite de quinta-feira, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha foram atender a uma denúncia sobre homens armados, quando ocorreu o primeiro confronto. Os suspeitos fugiram após troca de tiros com os militares. Um homem suspeito de ter participado do tiroteio foi conduzido para a 11ª DP (Rocinha) para averiguação. Minutos após o confronto, a UPP Rocinha recebeu a informação de que um homem havia sido socorrido no Hospital Municipal Miguel Couto ferido por disparos de arma de fogo.

Já na madrugada de ontem, policiais do Bope que reforçavam o policiamento da Rocinha entraram em confronto com um grupo armado na localidade conhecida como Lajão. Na troca de tiros, um suspeito foi ferido e socorrido ao Hospital Miguel Couto, mas não resistiu. Foram apreendidos no local uma pistola Jericho 9 milímetros, 278 papelotes de cocaína, 214 sacolés de maconha, 13 munições e um rádio transmissor. O caso foi registrado na 14ª DP. O policiamento é mantido reforçado na comunidade.

Na quinta-feira pela manhã, no Complexo de Favelas do Alemão, outra região que conta com unidades de Polícia Pacificadora, um policial militar foi baleado no rosto, mas está fora de perigo. O militar foi ferido por volta das 8h30, quando uma equipe da UPP Alemão fazia patrulhamento no local conhecido como Largo do Mineiro e foi emboscada. Essa tem sido a tática usada pelos traficantes: proteger-se nos becos e vielas, aproveitando a geografia das comunidades, para atirar contra a patrulha e fugir.

Os confrontos ocorreram no mesmo dia em que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), anunciou a transferência para presídios federais de criminosos envolvidos em ataques às UPPs.

 


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