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Estado de Minas

OAB reúne vítimas de racismo em ato público no Rio

Para presidente de comissão de igualdade, registrar casos como racismo, e não como injúria, ajuda a ter informações mais precisas e a inibir as ações


postado em 08/04/2014 18:42 / atualizado em 08/04/2014 18:56

A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) realizou nesta terça-feira, 8, um ato de desagravo em protesto contra episódios de racismo no estado, nos últimos meses. Para o presidente da Comissão de Igualdade Racial do órgão, Marcelo Dias, casos como o do ator Vinícius Romão, preso injustamente após ser confundido com um assaltante, fazem parte de um quadro em que a violência contra a população negra está crescendo.

"É um ato de desagravo às vítimas de racismo e violência no estado. Nos últimos dois meses temos visto casos que me deixam estarrecido. O caso do suspeito de assalto amarrado ao poste; o caso do Vinícius Romão, que ficou 16 dias preso; o de Nina Silva, barrada na porta giratória de um banco; e da própria Cláudia [Silva Ferreira], que foi arrastada por uma viatura da [Polícia Militar] PM, são alguns deles", diz Marcelo Dias.

Para o advogado, os casos estão relacionados à ascensão social da população negra: "A intolerância contra a população negra está crescendo. Reporto esses casos ao avanço econômico e social que essa população vem conquistando. O movimento negro, o movimento LGBT e o movimento feminista vêm se organizando, e aquele pensamento conservador, que a gente achava que não existia mais, tem se manifestado contra. Não podemos ignorar isso".

Uma das formas de combater tal discriminação, para Marcelo Dias, é registrar os casos como racismo nas delegacias, e não como injúria, para que se tenha uma informação mais precisa do tamanho do problema: "Se a gente não prender e não der uma multa pesada, não vamos inibir essas ações. As leis antirracismo têm que ser aplicadas. O crime é inafiançável.

Vinícius Romão, Nina Silva e outras vítimas participaram do ato, que contou também com o pai do jovem Hercules Menezes Santos, de 22 anos, que foi preso, acusado de roubar um veículo na região da Pavuna, em 27 de julho do ano passado. Hercules teve prisão preventiva decretada depois de ser reconhecido pela vítima, e está detido há mais de 80 dias. Mas, segundo a OAB-RJ, que vai trabalhar assistindo a defesa do jovem, há motivos para acreditar que possa ter ocorrido outro engano.

"O receptador foi preso, e eles procuraram alguém com as características do suspeito no perfil do Facebook dele", afirmou o advogado Bruno Cândido, também da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ. "Recentemente, uma quadrilha foi presa por crimes da mesma tipificação na mesma região, e um deles tem semelhança física muito grande com o Hércules".

"A OAB-RJ vai acompanhar o caso, porque é um caso político. A questão racial está presente", acrescentou Bruno.


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