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Estado de Minas

Brasil ganha seu terceiro santo

Papa Francisco assina decreto de canonização de jesuíta que viveu por 44 anos no país. Ato será festejado dia 23


postado em 04/04/2014 07:10 / atualizado em 04/04/2014 07:23

No Colégio Loyola, espaço inaugurado em 2012 recriou praia em que Anchieta escreveu versos para a Virgem Maria (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
No Colégio Loyola, espaço inaugurado em 2012 recriou praia em que Anchieta escreveu versos para a Virgem Maria (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Clima de festa e muita alegria na comunidade jesuíta – religiosos da Companhia de Jesus, diretores, professores e alunos de faculdade e escolas – e entre os fiéis católicos de Belo Horizonte e interior de Minas Gerais. O papa Francisco assinou, ontem, o decreto de canonização do padre José de Anchieta (1534-1597), sacramentando como santo o missionário jesuíta denominado Apóstolo do Brasil e um dos responsáveis pela fundação da cidade de São Paulo. Mesmo sendo natural das Ilhas Canárias, na Espanha, São José de Anchieta é considerado o terceiro santo brasileiro, antecedido por Madre Paulina, nascida na Itália e canonizada em 2002, 60 anos após sua morte, e Frei Galvão, único santo nascido no país e que recebeu o título em 2007, numa cerimônia em São Paulo presidida pelo papa Bento XVI.

Na capital, haverá missa comemorativa no dia 23, às 20h, na Capela Santo Inácio da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), no Bairro Planalto, na Região Norte. “Esperamos centenas de pessoas, de várias comunidades”, informa o coordenador de pós-gradução de filosofia da Faje, padre Delmar Cardoso. Na biblioteca Padre Vaz, da instituição de ensino, já está montada uma pequena exposição sobre a trajetória do padre que deu nome, em BH, a um bairro da região Centro-Sul e a um colégio, e no interior, a um sem número de ruas. Quem visitar o local até o dia 30 vai conhecer mais de 50 obras literárias escritas por Anchieta, entre elas, o Poema dedicado à Virgem Maria, ou sobre vida e obra do espanhol que viveu 44 anos no Brasil – dos 19 aos 63. Há também uma imagem de cerâmica feita por um integrante da Companhia de Jesus. “Padre Anchieta era um homem de grande cultura, um literato, autor de peças de teatro e da primeira gramática na língua tupi.”

Provincial do Brasil, ou superior da ordem dos jesuítas, o padre viveu o tempo todo no litoral, já que, no século 16, o interior não estava desbravado. “O seu grande legado, sem dúvida, está na educação e na evangelização, já que levou a fé cristã por onde andou e catequizou os índios”, destaca o padre Delmar, explicando que o pedido de canonização ocorreu em 1597, mesmo ano da morte dele. A beatificação se deu em 1980, por obra do papa João Paulo II, e, em 2013, quando da visita do papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal dom Raymundo Damasceno, pediu ao pontífice a reabertura do caso. Para a beatificação houve um milagre, mas, para se tornar santo, valeu o empenho do santo padre, que é jesuíta.
Na manhã de ontem, o papa Francisco recebeu em audiência o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato. Depois de ouvir o relatório sobre a vida e a obra do Apóstolo do Brasil, o santo padre assinou o decreto que reconhece a figura e a grandeza do missionário, colocando assim seu testemunho como exemplo para os cristãos de todo o mundo.

PRAINHA DO SANTO Na noite de quarta-feira, o padre Rinaldo Andrade Maia, titular da Paróquia de São José de Anchieta, em Betim, na Grande BH, antes denominada Bem-Aventurado José de Anchieta, concelebrou a missa presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, dom Luiz Gonzaga Fechio, com a presença da imagem e a relíquia (um pedaço do fêmur de Anchieta). “No dia 23, estaremos na Faje para a celebração eucarística e levaremos a relíquia. Além disso, vamos peregrinar por cinco comunidades da região celebrando missas de ação de graças, logo depois da Páscoa”, afirmou Rinaldo. Ontem, no Colégio Loyola, no Bairro Cidade Jardim, na Região Centro-Sul de BH, os alunos, na hora do recreio, tiveram alguns minutos de reflexão na Prainha do Anchieta, espaço inaugurado em agosto de 2012 para recriar a praia no litoral fluminense na qual, depois de libertado pelos índios tamoios, Anchieta escreveu na areia e depois transcreveu para o papel os 5,8 mil versos dedicados à Virgem Maria. Aos 63 anos, ele morreu na aldeia de Reritiba, cidade no Espírito Santo que hoje leva seu nome.


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