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Estado de Minas

Acusado de furar olhos de ex com faca é condenado


postado em 20/03/2014 13:19

Goiânia, 20 - Terminou na noite de quarta-feira, 19, no 2º Tribunal do Júri de Goiânia, o julgamento de Wilson Bicudo, acusado de torturar e de perfurar os olhos da ex-mulher com uma faca. Após oito horas de julgamento, o réu, autônomo, foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado por tentativa de homicídio triplamente qualificado contra a ex-mulher, a operadora de caixa Mara Rúbia Guimarães.

Além da crueldade, o caso é emblemático porque despertou uma polêmica envolvendo o Ministério Público - que, inicialmente, não buscava levar Bicudo a júri por tentativa de homicídio -, e o juiz do caso, Jesseir Coelho de Alcântara, que antecipou ser esta a tipificação adequada, na mesma linha do inquérito policial e da advogada da vítima, Darlene Liberato, para quem a Lei Maria da Penha poderia ser rasgada se Wilson Bicudo não fosse acusado de tentativa de homicídio.

Superada a divergência jurídica de meses atrás, o réu saiu do julgamento algemado e seguiu direto para a Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, na região Metropolitana de Goiânia.

A pena do autônomo poderia ser reduzida em até dois terços, por se tratar de uma tentativa e não de um homicídio consumado. No entanto, de uma pena arbitrada inicialmente em 18 anos de reclusão, o magistrado abateu seis anos, período mínimo. Jesseir atribuiu isto por Bicuto ter perfurado os olhos da ex-mulher, sem chances de reação a Mara Rúbia. Os agravantes foram: motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa.

Cegueira parcial

A operadora de caixa foi submetida há quatro cirurgias nos olhos e conseguiu recuperar apenas parcialmente a visão de um deles. Também conseguiu obter a guarda do único filho. Na quarta-feira, 19, após prestar depoimento, desmaiou no Fórum e foi levada para uma unidade de saúde. Foi diagnosticada com suspeita de dengue.

O crime ocorreu em agosto de 2013. Na época, o casal completava cerca de dois anos de separação, após um casamento que durou seis anos, tendo um filho da união. Insatisfeito com o fim do relacionamento, Bicudo fez várias ameaças, quatro delas denunciadas por Mara Rúbia.

No dia 29 de agosto, ele invadiu a casa da ex-mulher, amarrando a vítima. Depois, a amordaçou e a enforcou com um fio de telefone. Bicudo ainda usou uma faca para perfurar os dois olhos de Mara Rúbia. Em seguida, do celular da ex-mulher, telefonou para familiares e amigos dela dizendo que tinha matado a ex-companheira. Depois fugiu, se entregando após 21 dias do crime.

Pouco tempo depois, o impasse jurídico com o Ministério Público fez com que ele fosse solto, gerando pânico em Mara Rúbia que dizia estar sendo ameaçada. Há seis meses o acusado estava preso, aguardando pelo julgamento.


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