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Estado de Minas

Moradores denunciam que teleférico da Providência virou "telepombo"

Teleférico pronto mas sem uso, mais atrapalha que ajuda moradores da comunidade


postado em 13/03/2014 18:19 / atualizado em 13/03/2014 18:26

Concluído há quase dez meses, o teleférico do Morro da Providência, construído pela prefeitura na primeira favela do Rio de Janeiro, ainda não saiu oficialmente dos trilhos. “Virou um telepombo”, disse nesta quinta-feira (13) à Agência Brasil o morador Antonio José Vieira, há 24 anos no local. “A gente tem que saber para que ele está pronto. Se é para carregar gente ou para ficar aí atrapalhando o povo que passa. No momento, não está servindo para nada. É inútil”.

Vieira concordou que o projeto inicial, apresentado pela prefeitura, previa vantagens para os habitantes do morro, porque permitiria o transporte rápido das pessoas, em torno de cinco minutos, entre o alto do morro e as estações da Central do Brasil e da Cidade do Samba, na Gamboa.

Outro morador, conhecido como “Pretinho” (ele não quis revelar o nome), há 34 anos na comunidade, lembrou que grande parte dos habitantes protestou contra o teleférico, quando conheceu o projeto. Uma das razões para isso é que a principal estação, no alto do morro, foi construída na antiga Praça Américo Brum, onde as pessoas costumavam se reunir nos fins de semana. “Todo domingo era o nosso lazer. O projeto não serve para nada. Só tirou o lazer das crianças, das pessoas da terceira idade. E virou casa de pombos”, disse ele.

Antonio José Vieira acrescentou que o espaço gradeado, localizado em frente ao teleférico, onde a prefeitura havia prometido erguer um centro de lazer para as crianças, em substituição à extinta pracinha, não saiu até agora do papel. “Nem tem teleférico, nem tem mais praça; até agora não tem nada”. Avaliou, entretanto, que se vier a funcionar, vai ser bom para a comunidade, que não dependerá só das kombis que circulam no local. “Vai facilitar a vida, principalmente dos idosos. É útil”. Ele pediu ao prefeito Eduardo Paes que dê prioridade ao projeto do teleférico.

Na avaliação de Edcleide de Aguiar, que foi para o Morro da Providência há 24 anos, nada vai para a frente ali. “Eu vejo os outros [morros] indo para a frente, e a Providência só indo para baixo”, criticou. Ela demonstrou pessimismo sobre a entrada do teleférico em operação. “Parou ali, e acho que a tendência é piorar”, disse ela, e salientou que o Morro da Providência foi esquecido pelas autoridades. Admitiu, no entanto, que o teleférico poderia ser importante para os moradores, poque atrairia mais turistas e, em consequência, progresso para o lugar.

Procurada pela Agência Brasil, a prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que falta definir a empresa que cuidará da operação do teleférico, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Habitação, no âmbito do programa Morar Carioca, de urbanização de favelas.

O teleférico tem 721 metros, e foi concebido com o objetivo de melhorar a acessibilidade a um dos morros mais íngremes do Rio. O equipamento terá capacidade para transportar até mil pessoas por hora em cada sentido. As obras de urbanização do Morar Carioca, no Morro da Providência, custaram R$ 163 milhões, dos quais R$ 75 milhões doram gastos na implantação do teleférico.


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