Rio - Aclamadas pelo público com gritos de “é campeã”, Salgueiro e Portela deixaram a Marquês de Sapucaí como fortes candidatas ao título deste ano do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Outras favoritas são a Unidos da Tijuca, que encerrou a festa sem brilho, na manhã de ontem, mas com um desfile correto, e a Beija-Flor, que se apresentou na madrugada de segunda com exuberância para contar a história de José Bonifácio Oliveira Sobrinho (Boni), ex-superintendente da TV Globo. A apuração no Sambódromo começa à 15h45.
A Portela pode levar vantagem pelo desfile sem contratempos. Salgueiro deve perder pontos em conjunto e evolução devido a problemas com carros alegóricos. Já a Unidos da Tijuca não apresentou as surpresas que caracterizam o trabalho do carnavalesco Paulo Barros. A Beija-Flor empolgou com alas cheias de artistas de TV e fantasias exuberantes, mas pode perder pontos porque um destaque ficou sem parte da fantasia no choque de um carro alegórico com a torre de televisão.
Em busca do título após 30 anos, a Portela teve como enredo a Avenida Rio Branco, seu entorno e as mudanças pelas quais a região passou nos últimos séculos. Maior destaque foi a escultura de 18 metros, simbolizando um gigante adormecido que acordou – referência às manifestações de rua, de junho de 2013, que tiveram a Rio Branco como um de seus palcos.
A Unidos da Tijuca homenageou o piloto Ayrton Senna, 20 anos após sua morte. O último carro representava o pódio e lançava jatos d’água no público em referência à champanhe derramada pelos campeões de corrida. A escola não apresentou suas tradicionais inovações tecnológicas.
Entre as grandes, a Mangueira não correspondeu às expectativas e cometeu no primeiro dia de desfiles o mesmo erro de 2013: levou para a avenida um carro alto demais, que teve problemas para passar sob a torre de TV e uma alegoria foi danificada.
Acostumada a apresentações tecnicamente perfeitas, a Imperatriz desfilou antes da Portela e da Unidos da Tijuca e também falhou na condução dos carros alegóricos. A escola contou a história de Zico, eterno ídolo dos flamenguistas. O destaque foi a comissão de frente, com 15 meninos lembrando o início da carreira do ex-craque. Um campo de totó (pebolim) humano também recebeu muitos aplausos
Campeã do ano passado, Vila Isabel foi a decepção da segunda noite, com carros alegóricos inacabados e alas com vestimentas incompletas. Sabrina Sato, rainha de bateria, recebeu a fantasia minutos antes do desfile e parte da primeira ala estava sem adereços de cabeça. O enredo Retratos de um Brasil Plural foi contado com carros nos quais se via pouco luxo.
Antes da Vila, no segundo dia, desfilaram Mocidade e União da Ilha. Com apresentação leve, que falava de brinquedos e remetia à infância, a Ilha agradou ao público. Primeira a desfilar no segundo dia, a Mocidade homenageou o carnavalesco Fernando Pinto, que esteve a serviço da escola de 1980 até sua morte, em 1987, e o estado de Pernambuco, onde ele nasceu.