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Estado de Minas

De volta ao Brasil, bióloga do Greenpeace planeja nova ação

Após ser presa por causa de protesto no Ártico, ela diz que próxima missão será a defesa de orcas na Nova Zelândia


postado em 29/12/2013 06:00 / atualizado em 29/12/2013 08:16

(foto: AFP Photo/Olga Maltseva)
(foto: AFP Photo/Olga Maltseva)

Ana Paula Maciel, a bióloga de 31 anos do Greenpeace que ficou dois meses presa e depois mais 40 dias sob custódia do governo russo, voltou enfim ao Brasil. Ela desembarcou ontem, às 7h05, vinda de Frankfurt (Alemanha), em São Paulo, antes de pegar voo para Porto Alegre, onde foi recebida com festa pela família. Ainda atordoada da viagem, que levou 12 horas, Ana Paula posou para os fotógrafos com um urso-polar de pelúcia e uma bandeira com a frase “salve o Ártico”. Ela falou com a imprensa, que a aguardava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e disse que o voo foi uma contagem regressiva das horas para sua liberdade e considerou “ridículas” as acusações de pirataria e vandalismo feitas pelo governo russo.

Ela deixou a Rússia 100 dias depois da realização de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico que levou à prisão de 28 ativistas e dois jornalistas, em 19 de setembro. A bordo do navio Artic Sunrise, eles haviam se aproximado de uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom e tentado colocar uma faixa no local. Na época, o Greenpeace alegou que o protesto foi pacífico e que o navio estava em águas internacionais.

Ana Paula garantiu que, apesar do desgaste da prisão, o protesto valeu a pena e que já planeja viajar para a Nova Zelândia para defender baleias orcas. “Muitas pessoas sabem os problemas que estão acontecendo no Ártico e a gente (do Greenpeace) vai continuar denunciando. Continuar mostrando”, afirmou ao descer no Brasil. Esta foi a segunda vez que a bióloga brasileira foi presa. Em 2006, em outro protesto, ela e companheiros do Greenpeace ficaram detidos por alguns dias em São Cristóvão e Nevis, no Caribe, e foram soltos mediante pagamento de multa.

JUSTIÇA

A promotoria russa acusou os ativistas de pirataria, o que podia gerar até 15 anos de prisão. Depois a acusação foi aliviada para vandalismo, que poderia levar a sete anos de prisão. Por causa da reação internacional, os “30 do Ártico”, como ficaram conhecidos os 28 ativistas e dois jornalistas detidos, começaram a ser libertados em 20 de novembro.

Ana Paula foi a primeira a sair da prisão e obteve o visto para regressar ao Brasil. “A minha vida mudou, foi uma tremenda injustiça o que aconteceu, uma tentativa frustrada de calar os protestos pacíficos e a liberdade de expressão”, declarou no desembarque em São Paulo. “Recebi a anistia por um crime que eu não cometi e espero que o mundo tenha aprendido com isso. A gente não vai parar até eles nos devolverem o nosso navio.”

Todos os 26 ativistas não russos estão autorizados a deixar o país, garantiu o Greenpeace. Pelo menos 14 deles, contando com Ana Paula, já foram embora. O restante deve partir até o fim do domingo. Após desembarcar em São Paulo, a ativista brasileira foi para Porto Alegre, onde passará o réveillon com a família.

 


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