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Estado de Minas

Família de brasileiros é encontrada morta em Orlando, nos Estados Unidos

Os corpos de um casal e da filha de 10 anos estavam dentro do carro, na garagem de um condomínio. A suspeita é de um duplo assassinato seguido de suicídio.


postado em 11/12/2013 09:49 / atualizado em 11/12/2013 18:33

Cledione e a filha, Wendy, de 10 anos(foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Cledione e a filha, Wendy, de 10 anos (foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Uma família que, há cinco anos, deixou o Brasil para viver o sonho americano teve o destino brutalmente interrompido. No último sábado, a polícia de Orange County encontrou o corpo de Cledione Regina Ruppenthal Ferraz do Amaral, 34 anos, de Márcio Luiz Ferraz do Amaral, 45, e de Wendy Ferraz do Amaral, 10, dentro do carro, na garagem da casa onde moravam, em um condomínio na área luxuosa de Lake Nona, em Orlando (Flórida). A suspeita é de um duplo assassinato seguido de suicídio. Chocados com a tragédia, os parentes tentam agora trazer os restos mortais dos três para o país. “Parece que isso não está acontecendo, é uma situação surreal. Eles eram casados há 11 anos, tinham uma boa relação”, contou ao Correio Suênia Karolin Ruppenthal, irmã de Cledione que mora em Brasília.

Márcio Luiz foi piloto da TAM e morava havia cinco anos com a família nos Estados Unidos(foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Márcio Luiz foi piloto da TAM e morava havia cinco anos com a família nos Estados Unidos (foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)


A família recebeu a notícia das mortes no domingo, avisada por um amigo que vive nos Estados Unidos. Sem condições de viajar até a Flórida, os parentes acompanham daqui as investigações e desdobramentos do caso. Os pais da mulher achada morta com a filha e o marido moram em Formosa (GO), mas, durante muito tempo, a família viveu em Planaltina (DF). Segundo Suênia, a expectativa é de que o laudo preliminar sobre o misterioso episódio fique pronto nesta quarta-feira. Por conta do avançado estado de decomposição, a polícia acredita que os três estavam mortos havia pelo menos três semanas. Como não encontraram qualquer sinal de arrombamento na casa, os investigadores praticamente descartaram a hipótese de um triplo homicídio.

Os três brasileiros chegaram à América do Norte em 2009, em busca de uma nova vida. Márcio e Cledione se conheceram quando ambos trabalhavam na TAM: ele como piloto, ela como comissária de bordo. Com dupla cidadania — Márcio serviu a Marinha americana —, ele decidiu tentar a sorte na terra das oportunidades. Em pouco tempo, a família se adaptou. “A Wendy adorava morar lá, estudava, tinha amigos”, lembra Suênia.

Nos cinco anos em que viveram nos EUA, eles nunca vieram ao Brasil. Os parentes de Cledione também não tiveram a oportunidade de visitá-los. O contato com o país natal era mantido pela internet. Em julho, porém, a comunicação praticamente foi interrompida. Márcio estava desempregado e a mulher trabalhava no Animal Kingdom, um dos parques da Disney, em Orlando.

Problemas financeiros

Os corpos só foram encontrados porque a dona do imóvel alugado pela família brasileira estranhou o fato de o cheque do aluguel, enviado sempre via postal, não ter chegado. O valor relativo ao mês de outubro estava atrasado, mas, de acordo com Fran Maestro, proprietária da casa, Cledione havia entrado em contato, em 9 de novembro, para pedir desculpas pelo incômodo, explicando que enfrentavam problemas financeiros, e comunicar que mandaria o valor no dia seguinte. Até então, segundo Fran, os pagamentos eram feitos sempre na data prevista.

Diante da justificativa, a proprietária ficou à espera do cheque. Como o documento não chegou e ela não conseguiu entrar em contato com os inquilinos, pediu a um funcionário que fosse até a casa. Ao chegar ao local, novamente, nenhum retorno. O homem, no entanto, sentiu um forte cheiro vindo da garagem e decidiu chamar a polícia. “Eles eram ótimas pessoas. Sinto muito pela família deles”, afirmou Fran em entrevista ao site norte-americano wftv.com.

De acordo com a irmã de Cledione, assim que o laudo cadavérico for liberado pelos legistas, a família terá cinco dias para trazer os corpos, cremados, ao Brasil. “Mas precisamos constituir um advogado lá, além de levantar US$ 8 mil para cada um. Não temos condições financeiras”, lamentou Suênia. Segundo ela, os parentes de Márcio, que moram em São Paulo, também sofrem com a situação. “Precisamos ao menos desse conforto para os nossos corações”, finalizou.


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