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Estado de Minas

Curiosidade é o principal fator para o início do uso do crack

Problemas familiares, perdas afetivas e pressão dos amigos também foram citados como fatores que contribuem para o uso da droga


postado em 19/09/2013 14:53 / atualizado em 19/09/2013 15:05

Vítimas do crack em Belo Horizonte, retratadas no Especial do Estado de Minas
Vítimas do crack em Belo Horizonte, retratadas no Especial do Estado de Minas "O crack como ele é" (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

Motivados principalmente pela curiosidade ou pela vontade de sentir os efeitos associados ao uso de crack e de outras formas similares de cocaína fumada - pasta-base, merla e oxi -, os usuários dessas drogas não se limitam a elas e fazem uso de diversas substâncias psicoativas. Entre as mais comuns estão o álcool e o tabaco.

A constatação está no levantamento Perfil dos Usuários de Crack e/ou Similares no Brasil, divulgado nesta quinta-feira pelos ministérios da Justiça e da Saúde. O objetivo da pesquisa, encomendada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi identificar as principais características dessa parcela da população, considerada de difícil acesso ou oculta.

De acordo com o levantamento, os dados evidenciam a necessidade de ações integradas de tratamento para o uso de crack e de outras drogas. O estudo aponta que, além da curiosidade, há outros fatores determinantes para o início do consumo. Entre eles, a pressão de amigos, citada por 26,7% dos usuários e problemas familiares ou perdas afetivas (29,2%).

O preço do crack, menor que o da cocaína inalada, não é o motivo central para o início do consumo da droga, o que foi relatado por menos de 2% dos usuários. Na opinião dos pesquisadores, trata-se mais de um fator associado à manutenção do consumo uma vez que financiar o hábito demandaria menos recursos.

A pesquisa mostra que o tempo médio de uso dessas drogas é mais longo nas capitais, onde dura em média oito anos. Nos demais municípios, se estende por aproximadamente cinco anos, dado que sugere "que o uso da droga vem se interiorizando mais recentemente". Os pesquisadores ressaltam, ainda, que essa constatação contradiz as notícias comumente veiculadas segundo as quais "usuários de crack e similares teriam sobrevida necessariamente inferior a três anos de consumo".

Os pesquisadores mostraram, também, que mais da metade dos usuários utilizam as drogas diariamente. Nas capitais, os usuários fumam, em média, 16 pedras por dia e nos demais municípios, 11 pedras.


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