O veículo queimado na noite desta segunda-feira, no centro do Rio de Janeiro, durante o protesto próximo a Assembleia Legislativa do Estado, pertencia ao operador de áudio, Fabrício Ferreira. O trabalhador usava o Ford Versailles, ano 1993, para se deslocar de casa em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, às 6 horas da manhã, para o primeiro trabalho em Copacabana, região Sul da capital fluminense.
Como de costume, no fim da tarde, ele estacionou o carro próximo ao local das manifestações, e seguiu para o segundo trabalho, no Centro do Rio. De acordo com Fabrício Ferreira, ele estava ciente dos protestos, mas não imaginava que seria daquele nível.
"Sabia que teria a manifestação, mas não sabia que ia chegar nesse extremo. Eu não entendo como uma pessoa deliberadamente chega para fazer uma manifestação, vê um carro daquele antigo e deve identificar que e o carro de um trabalhador comum, de uma pessoa simples. Ele pega, vira o carro, taca fogo e não quer saber. A pessoa, se ela quer reivinidcar, alguma coisa sim, faz, mas faça de forma ordeira", desabafou.
Fabrício não sabe como vai voltar pra casa, uma vez que o transporte para a Baixada Fluminense é escasso após a meia noite, quando ele sai do segundo emprego. Além dos dois trabalhos, a mulher de Fabrício vende roupas e transportava as mercadorias no carro. Algumas caixas com peças, que ainda não foram pagas, estavam na mala do veículo que não tem seguro.