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Estado de Minas

Animais de estimação são envenenados em Brasília


postado em 10/07/2012 12:10 / atualizado em 10/07/2012 12:14


Três cachorros e um gato de estimação foram a óbito devido à ingestão de produtos contaminados com chumbinho, em condomínio de Samambaia. Agentes da 32ª Delegacia de Polícia investigam o caso

Moradores da QN 108, em Samambaia Sul, estão assustados com a crueldade de quem matou envenenados três cachorros e um gato, dentro da área residencial. Uma pessoa ainda não identificada espalhou nas dependências comuns do prédio carne e pão com produto à base de carbamato, substância popularmente conhecida como chumbinho e usada para matar ratos. Os animais comeram, passaram mal logo em seguida e morreram. Os proprietários chegaram a levá-los ao veterinário, que constatou em laudo médico a morte por intoxicação. Três ocorrências foram registradas na 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia), que investiga o caso.

As mortes começaram a ocorrer no último dia 2. A primeira a ser envenenada foi a cadela Fofa, 5 meses, da raça dachshund. A dona do animal, Tatiane Aires Soares, 37 anos, passeava com Fofa por volta das 22h quando o bicho engoliu algo que Tatiane não conseguiu identificar. A proprietária chegou a olhar dentro da boca da cadela, mas não conseguiu saber do que se tratava. Minutos depois, Fofa teve convulsões, vômito e diarreia. “Foi tão rápido que nem deu tempo de socorrê-la. Enterramos a Fofa em um lote próximo de casa. A dor é enorme. Quem fez isso matou um integrante da minha família. Tenho três filhos que não se conformam. A mãe da Fofa é nossa também, se chama Lilica, e não quer comer desde então”, relatou Tatiane.

No dia seguinte, o cabeleireiro Wilson Pereira de Oliveira, 40 anos, levou Toy, um lhasa apso, para passear na área verde do bloco. Toy comeu a mesma substância que Fofa e teve reações semelhantes. “Levei o Toy para o veterinário, ele ficou vivo até o dia seguinte. Mas não resistiu. Eu sabia que uma cadelinha tinha morrido, mas achei que ela pudesse ter se engasgado com um osso ou algo assim. É até difícil acreditar que um ser humano é capaz de ser tão monstruoso”, disse Wilson.

Absurdo

Há 9 meses, Wilson perdeu a mãe. Na tentativa de amenizar a dor e ter companhia, levou Toy para casa. Depois da morte do cachorro, comprou outro da mesma raça, mas não pode levá-lo para o andar térreo do edifício onde mora, por conta das ameaças de envenenamento. “A gente não tem mais a liberdade de passear dentro do condomínio. É um absurdo muito grande. A polícia vai investigar, mas nós temos suspeitos. São pessoas que não gostam de animais e já haviam ameaçado dar chumbinho para eles”, disse Wilson.

Apesar das duas mortes, outros moradores continuaram a passear com os cães. Na quarta-feira passada, foi a vez de Katty, bicho de estimação da família do estudante Alexandre Porcidônio da Silva, 33 anos, comer chumbinho. “Eu sabia das mortes, mas Katty precisava sair de casa. Levei ela para baixo com toda atenção, mesmo assim ela comeu algo que fez mal. O veterinário fez o laudo e comprovou a intoxicação”, afirmou Alexandre. “Dá uma revolta muito grande pensar que alguém fez uma maldade como essa. A Katty era pequena, pesava só 3kg e mal latia. Minha filha tem 11 anos e era muito apegada à Katty, assim como eu e minha mulher. A gente chora só de lembrar”, desabafou.

Frajola, o gato do autônomo Renato Marcos Teles, 25 anos, sobreviveu a três envenenamentos. “Ele é muito resistente. Mas esse problema aqui no bloco é antigo. A primeira vez que ele comeu veneno foi há 8 meses e a última há duas semanas”, relatou. Renato mora no térreo. Costumava deixar as janelas do apartamento abertas para quando os dois gatos, Frajola e Nino, quisessem passear. Depois das mortes, colocou grades em todas elas e coleiras nos animais. “É lamentável que a gente fique refém de uma atitude criminosa como essa”, disse Renato.

Na semana passada, um gato também apareceu morto perto da quadra de esportes do prédio. O dono ainda não reclamou a perda do animal. A cerca do condomínio está rompida, permitindo a entrada de animais de rua no bloco. “Tem morador que não recolhe os dejetos dos animais. Os cães e gatos de rua também fazem suas necessidades aqui. Em lugar de resolver esse problema, a pessoa achou melhor fazer justiça com as próprias mãos e assassinar bichos indefesos”, reclamou Alexandre. “Temos uma administradora para cuidar do condomínio. Ela poderia multar quem não recolhe as fezes, por exemplo. Em vez de buscar uma solução racional, a pessoa achou melhor dar veneno”, revoltou-se Tatiane. Depois dos incidentes, ninguém mais passeia com os bichos debaixo do bloco.


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