Dez bancos brasileiros foram multados em R$1,258 milhão pela Polícia Federal por descumprimento de regras de segurança. A punição ocorreu devido ao desrespeito à lei federal nº 7.102/83, que trata de segurança em estabelecimentos financeiros e transporte de valores. Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal foram as instituições que receberam maiores punições. As multas foram anunciadas nesta quinta-feira, em Brasília, durante a 92ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP).
Durante a fiscalização da Polícia Federal, os principais problemas encontrados nos bancos foram a falta ou o descumprimento do plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, o número insuficiente de vigilantes e transporte de valores feito indevidamente por bancários e alarmes inoperantes.
O representante dos bancários na CCASP, Ademir Wiederkehr, acredita que problemas como estes poderiam ser evitados se as empresas investissem mais em segurança. Ele ressalta que os cinco maiores bancos do país lucraram mais de R$25,3 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, sendo que gastaram 5,09% deste valor - R$1,29 bilhão - em despesas comsegurança e vigilância, segundo o Dieese.
O Santander foi o banco que recebeu a multa mais alta, de R$ 564.278,00 , seguido pelo Bradesco (R$ 196.456,00), Itaú Unibanco (R$ 149.990,00), Banco do Brasil ( R$ 125.434,00) e Caixa (R$ 113.068,00 ). Em seguida, HSBC (R$ 63.600,00), Banif (R$ 14.134,00), Banestes (R$ 10.600,00), Bonsucesso (R$ 10.600,00) e Mercantil do Brasil (R$ 10.600,00)
Crimes
Wiederkehr afirma ainda que o descaso dos bancos contribui para o aumento de crimes. Em todo país foram registradas 38 assassinatos em assaltos envolvendo bancos até o mês de setembro, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV).
Saidinha de banco
O crime de “saidinha de banco” lidera com 71% os assaltos que tiveram mortes (veja na tabela abaixo). Enquanto nos primeiros nove meses de 2010 foram verificadas 7 ocorrências, o número cresceu para 27 no mesmo período deste ano, um aumento de 285%, revela a pesquisa.
